Latam se destaca no setor aéreo com sólida posição financeira

247 - O setor aéreo brasileiro atravessa um momento favorável, especialmente em termos de demanda, mesmo com as incertezas macroeconômicas que ainda persistem. De acordo com a diretora sênior de Corporates da Fitch, Débora Jalles, a Latam se destaca entre as principais companhias do setor por sua sólida posição financeira, sendo a melhor posicionada para aproveitar o cenário positivo. As informações são da reportagem exclusiva da Broadcast, de 9 de setembro de 2025.

Em 2020, a Latam foi a primeira das grandes aéreas brasileiras a solicitar recuperação judicial, mas, dois anos depois, conseguiu sair do processo do Chapter 11 com uma estrutura de capital robusta. "Agora, a companhia está em um cenário favorável, com uma geração de caixa crescente que fortalece sua alavancagem", afirmou Débora Jalles. A companhia fechou o segundo trimestre de 2025 com uma alavancagem líquida ajustada de 1,6 vezes, um nível bem inferior ao das concorrentes, como a Gol (3,7 vezes) e a Azul (4,9 vezes).

A Azul, por sua vez, segue em recuperação judicial e, segundo Débora, o futuro da empresa dependerá dos termos do acordo final. "Tudo vai depender de como será a estrutura da companhia após a saída do Chapter 11", destacou. No entanto, ela também reconheceu que o ambiente setorial favorável pode impulsionar a geração de caixa da Azul.

Por outro lado, a Gol encerrou sua recuperação judicial com um nível de alavancagem superior ao da Latam, mas a Fitch projeta que as renegociações financeiras feitas durante o processo comecem a surtir efeito em breve. "Nossa expectativa é que, em 12 meses, a geração de caixa da Gol se fortaleça", comentou a diretora.

Em relação às classificações de crédito, a Latam mantém o melhor rating entre as três aéreas. Em abril de 2025, a Fitch elevou os IDRs (Ratings de Inadimplência do Emissor) da empresa de "BB-" para "BB", com perspectiva positiva. A agência justifica a melhoria pela capacidade da Latam em navegar por ciclos econômicos e manter um perfil de crédito sólido.

O cenário setorial também contribui para esse otimismo. Apesar das taxas de juros altas e da preocupação com o endividamento, o mercado está aquecido, com volumes recordes de passageiros e custos mais controlados. Em 2024, o Brasil registrou 118 milhões de passageiros transportados, a segunda maior marca da história, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A movimentação de passageiros nos aeroportos também cresceu 9,6% entre