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      Após Trump abrir investigação comercial contra o Brasil, governo lança campanha: “o Pix é nosso, my friend”

      Peça publicitária ironiza apuração dos EUA contra sistema brasileiro de pagamentos e reforça que Pix é seguro e sem taxas

      Campanha "O PIX é nosso, my friend", do Governo Federal - 16/07/2025 (Foto: Reprodução/X)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - Em resposta à investigação aberta pelos Estados Unidos contra o Pix, o governo brasileiro lançou nesta quarta-feira (16) uma peça publicitária nas redes sociais. 

      A imagem estampava a frase “O Pix é nosso, my friend”, e vinha acompanhada de uma mensagem que ironiza a ofensiva da gestão do presidente Donald Trump:  “O PIX é do Brasil e dos brasileiros! Parece que nosso PIX vem causando um ciúme danado lá fora, viu?  Tem até carta reclamando da existência do nosso sistema Seguro, Sigiloso e Sem taxas”.

      Essa foi a primeira manifestação oficial do governo Lula após o anúncio da abertura de um inquérito pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), divulgado na noite anterior. Segundo informações da Folha de S.Paulo, além da campanha, o Executivo brasileiro já trabalha em uma resposta técnica que reforce a legalidade e a solidez do sistema de pagamentos, sem ceder a pressões internacionais.

      Abertura formal do inquérito

      A apuração do governo brasileiro teve início ainda na noite de terça-feira (15), logo após a formalização da investigação norte-americana com base na Seção 301 da Lei Comercial de 1974. Segundo o USTR, o Pix poderia comprometer a competitividade de empresas dos Estados Unidos no setor financeiro digital.

      A Folha apurou que ainda não foi definida qual autoridade brasileira assumirá a linha de frente das declarações oficiais. No entanto, fontes do Planalto afirmaram ao jornal que o tom será de firmeza, mas sem criar alarmismo. O governo quer evitar a propagação de boatos sobre possíveis mudanças no Pix, como os que circularam anteriormente a respeito de taxações.

      A expectativa é de que a reação brasileira seja articulada entre o Itamaraty, os ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento e da Justiça, além do Banco Central. Uma audiência pública está prevista para o dia 3 de setembro, em Washington.

      “Factoide” e pressão simbólica

      Integrantes do governo brasileiro ouvidos pela Folha de S.Paulo consideram que o inquérito aberto por Washington tem mais valor simbólico do que prático. A avaliação interna é de que a iniciativa norte-americana visa apenas pressionar o Brasil a abrir um canal de diálogo. Um auxiliar classificado pelo jornal considerou a medida um “factoide”.

      A interpretação se sustenta no histórico da Seção 301: desde 1974, foram abertas 130 investigações com base nesse dispositivo, mas apenas uma pequena parte resultou em sanções comerciais efetivas.

      Outros pontos de atrito com os EUA

      Além do Pix, o inquérito norte-americano lista uma série de práticas brasileiras que, segundo o USTR, podem ser “discriminatórias e prejudiciais ao comércio dos EUA”. Entre os alvos citados estão:

      •  Barreiras ao comércio eletrônico e plataformas digitais
      •  Falhas na proteção à propriedade intelectual, com menção à rua 25 de Março, em São Paulo
      •  Tarifas preferenciais
      •  Restrições à entrada do etanol norte-americano
      •  Desmatamento ilegal
      •  Supostas deficiências na aplicação de normas anticorrupção, com referência à Operação Lava-Jato

      O documento da Casa Branca reúne todos esses temas como justificativa para a investigação aberta contra o Brasil.

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