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      Após ação da PF contra Bolsonaro, bancada bolsonarista planeja ofensiva contra o STF no Brasil e no exterior

      Estratégia envolve a suspensão do recesso legislativo e a retomada discussões sobre o PL da Anistia e da PEC sobre decisões monocráticas

      (Foto: STF | Reuters | Agência Senado)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF, que impôs medidas cautelares a Jair Bolsonaro (PL), gerou uma reação imediata entre seus aliados e provocou uma rearticulação no campo bolsonarista. A movimentação busca superar o abalo interno provocado anteriormente pela imposição de uma tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

      Segundo a Folha de S. Paulo, a nova estratégia dos bolsonaristas mira em duas frentes: no Brasil, pretende-se intensificar a pressão sobre o STF via Congresso Nacional; no exterior, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado licenciado e filho do ex-mandatário, tenta ativar seus contatos junto à Casa Branca. Apesar de estar proibido por Moraes de manter contato com o pai, Eduardo afirmou nas redes sociais que irá “dobrar a aposta”.

      Um dos fatores que impulsionaram a retomada da união foi justamente essa proibição imposta pelo ministro: Bolsonaro não pode se comunicar com Eduardo, que também é investigado no inquérito por supostas ações contra a soberania nacional.

      Ainda segundo a reportagem, no final da manhã desta sexta-feira, logo após a decisão de Moraes, parlamentares do PL se reuniram virtualmente. Segundo o líder da legenda na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), a pauta inclui um pedido formal ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para o retorno das atividades parlamentares e a votação de uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, além da PEC que limita decisões monocráticas no STF.

      “Vamos enviar oficialmente um pedido ao Hugo Motta pelo retorno das atividades parlamentares. Vamos incluir no ofício o pedido [de pautar] a anistia e a PEC. Tenho convicção que, se pautar, aprova rapidamente a PEC”, afirmou Sóstenes à reportagem.

      O deputado acrescentou que a decisão do ministro do STF “unificou novamente a direita e até mesmo o centrão”. Ele também recordou o descontentamento do centrão com Moraes por suspender a decisão legislativa que havia derrubado um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), relacionado ao aumento do IOF. No Senado, o líder do PL, Carlos Portinho (RJ), declarou que o “Congresso precisa reagir, porque já o fecharam”.

      No campo das mobilizações, aliados do ex-presidente estudam antecipar uma manifestação inicialmente prevista para o dia 7 de setembro em São Paulo. Diante da restrição judicial que impede Bolsonaro de sair de Brasília, discute-se a possibilidade de transferir o ato para a capital federal.

      Ao mesmo tempo, os bolsonaristas planejam ampliar os protestos em defesa de Bolsonaro, ainda que a estratégia para isso siga em construção. Internacionalmente, há expectativa de que Eduardo Bolsonaro atue com mais intensidade para pressionar por sanções contra Moraes, revertendo o isolamento político que vinha sofrendo até então.

      Após a reunião de parlamentares do partido, foi divulgada uma nota oficial que acusa Moraes de praticar “perseguição política disfarçada de ação judicial”. O documento defende a atuação firme do Legislativo diante da suposta interferência do Judiciário na política nacional.

      “Quando decisões individuais violam liberdades fundamentais, silenciam representantes eleitos e interferem diretamente na vida política nacional, o Parlamento deve reagir com firmeza para restabelecer o equilíbrio entre os Poderes e proteger os direitos do povo”, diz o texto, assinado por Sóstenes, Portinho, os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Izalci Lucas (PL-DF), além do deputado federal Zucco (PL-RS).

      A nota também convoca a população a se manifestar pacificamente. “O povo deve voltar às ruas, de forma pacífica e ordeira. Nenhuma toga está acima da lei. Nenhum cargo autoriza a perseguição”, afirma o documento.

      Jair Bolsonaro não participou da reunião com os parlamentares, a fim de evitar descumprimento das medidas cautelares impostas pelo STF, que o impedem de manter contato com outros investigados.

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