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      Aliados negam acordo de Hugo Motta com bolsonaristas para pautar anistia e fim do foro privilegiado

      Aliados do presidente da Câmara afirmam que houve apenas obstrução regimental e rechaçam narrativa de que houve negociação para o fim do tumulto na Casa

      Hugo Motta (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - Aliados e interlocutores do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negaram que ele tenha fechado qualquer acordo com a ala bolsonarista da oposição para colocar em votação o projeto de lei da anistia ou a proposta de emenda constitucional que extingue o foro privilegiado. A informação é da CNN Brasil.

      A versão de que teria havido um entendimento circulou entre parlamentares bolsonaristas após Motta conseguir, na noite de quarta-feira (6), entrar no plenário e abrir a sessão, amparado por lideranças e deputados do Centrão, em meio a um impasse com a oposição.

      Segundo deputados que acompanharam Hugo ao longo de todo o dia, não houve qualquer tipo de negociação com a presidência da Casa. O que se consolidou foi um compromisso do União Brasil e do PP de manterem uma obstrução regimental até que os dois temas — anistia e fim do foro — sejam efetivamente discutidos.

      Fontes próximas a Motta ressaltaram que não aceitarão qualquer tentativa da oposição de desrespeitar a autoridade da presidência da Câmara. A obstrução regimental, por sua vez, permite a apresentação de requerimentos que postergam os trabalhos, uma estratégia comum a diferentes espectros ideológicos, mas que não envolve o bloqueio físico do plenário.

      A ocupação do plenário teve início no dia anterior, quando deputados bolsonaristas passaram a fazer transmissões ao vivo das cadeiras da Mesa Diretora. A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) chegou a amamentar sua filha de 4 meses na cadeira da presidência, em ato simbólico.

      Na quarta-feira, diante da resistência da oposição, a Mesa Diretora publicou um ato determinando que parlamentares que tentassem "impedir ou obstaculizar as atividades legislativas" poderiam ser suspensos por até seis meses. A medida teria sido decisiva para Hugo Motta conseguir, enfim, abrir a sessão.

      A cerca de 30 minutos da hora marcada, o clima era de tensão. Havia também discussões sobre a possibilidade de cassação de mandato caso houvesse confronto físico com agentes da Polícia Legislativa. O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também atuou para conter os ânimos. Durante o dia, ele recebeu parlamentares do PL e ajudou a viabilizar a entrada de Hugo no plenário.

      Ainda na terça-feira, Motta havia convocado uma reunião com todos os líderes partidários para tentar contornar a crise. O PL, embora tenha recusado participar da reunião oficial, manteve conversas com o presidente da Câmara, mas sem que qualquer acordo fosse firmado.

      A entrada da imprensa ao plenário só foi liberada nas galerias e somente quando Hugo já estava prestes a reassumir o comando da sessão. O último deputado que ocupava a cadeira da presidência antes de sua retomada foi o bolsonarista Marcel Van Hattem (Novo-RS), ex-candidato à presidência da Câmara na última eleição.

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