Alcolumbre responsabiliza governo por derrota e libera andamento da CPMI do INSS
Segundo aliados, o senador atribui insucesso à falta de articulação política do Planalto e não vai intervir nos trabalhos da comissão
247 - A derrota do governo na eleição da presidência da CPI mista do INSS movimentou os bastidores do Congresso nesta quarta-feira (20). Segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1, aliados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmam que ele responsabiliza diretamente a falta de articulação do Palácio do Planalto pelo resultado, que deu a vitória ao senador Carlos Viana (Podemos-MG).
O pleito interno foi marcado pela surpresa. Viana derrotou Omar Aziz (PSD-AM), candidato apoiado por Alcolumbre e pelo governo, por 17 votos a 14. Interlocutores próximos ao presidente do Senado lembram que ele segurou a instalação da comissão desde maio, quando a oposição conseguiu reunir as assinaturas necessárias. Para eles, o período de quase quatro meses foi tempo suficiente para o Executivo articular uma base sólida.
Em tom crítico, um aliado de Alcolumbre avaliou: “É uma derrota do governo. Davi segurou por quase quatro meses [a CPMI]. O governo teve quatro meses para se articular e perdeu”. Outro interlocutor reforçou: “Davi fez os gestos suficientes e, mesmo assim, o governo não teve articulação”.
A derrota governista foi ainda mais emblemática porque, tradicionalmente, eleições desse tipo ocorrem de forma simbólica. Dessa vez, diante da falta de consenso, a escolha precisou ser definida nas cabines de votação. A oposição, que questionava a indicação de Omar Aziz para a presidência, costurou a candidatura alternativa de Carlos Viana e saiu vitoriosa.
Ainda de acordo com a reportagem, o resultado surpreendeu parlamentares ligados ao Planalto, que acreditavam no êxito de Aziz. Alcolumbre, por sua vez, apostava que os movimentos políticos do Executivo seriam suficientes para assegurar a presidência ao seu aliado, mas a estratégia não funcionou.
Após a vitória, Carlos Viana tomou sua primeira decisão polêmica à frente da CPI: rejeitou a indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para a relatoria e escolheu o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) para a função.
Com o controle da comissão nas mãos da oposição, a tendência é que os trabalhos avancem em uma linha crítica ao governo, que agora enfrenta dificuldades para conter o desgaste político provocado pela instalação da CPI.