Jean Paul Prates defende aliança entre Brasil e Índia para liderar a descarbonização global
Ex-presidente da Petrobras propõe integração estratégica em energia e mineração durante fórum em Mumbai
247 – Brasil e Índia devem unir forças para liderar uma nova economia global de baixo carbono, segundo defendeu Jean Paul Prates, ex-presidente da Petrobras e atual head do LIDE Energia. Durante sua participação no LIDE Brazil Índia Forum, realizado em Mumbai, Prates propôs uma integração estratégica entre os dois países nos setores de energia, bioeconomia, mineração e inovação. O evento reuniu autoridades públicas, empresários e especialistas de ambas as nações e teve ampla cobertura do portal Líder.Inc, que publicou as principais declarações do encontro.
“Temos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e somos líderes em etanol, eólica e pré-sal. Podemos unir nossas competências com as da Índia para gerar uma nova onda de industrialização verde”, afirmou Prates. Ele sugeriu a criação do “LIDE Energy”, grupo bilateral voltado à cooperação em recursos naturais e tecnologias sustentáveis. Sua fala resumiu o tom do fórum, que celebrou a complementaridade entre Brasil e Índia em temas centrais para a transição energética e o combate à crise climática.
Jean Paul Prates também destacou o papel do Brasil como potência ambiental. “Somos referência mundial em biocombustíveis e temos muito a oferecer em inovação energética”, disse. Ele sublinhou que o país pode aproveitar a COP30, que será realizada em solo brasileiro, como plataforma para apresentar soluções adaptadas à realidade nacional — e não importadas de contextos alheios.
O evento em Mumbai foi marcado por falas que reforçaram esse caminho de cooperação. O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, alertou: “O Brasil está sendo reduzido internacionalmente à Amazônia. Precisamos mostrar que somos muito mais: um país com forte matriz energética limpa, produção agrícola sustentável e potencial industrial imenso”.
O potencial conjunto também foi exaltado por representantes indianos. Vaibhav Dange, da Indian Federation of Green Energy, disse: “O Brasil é líder mundial em biocombustíveis, e a Índia já incorpora 20% de etanol à gasolina, rumo à meta de 30% em 2030”. Venkatesh Rao, da Praj Industries, acrescentou: “Fizemos em 10 anos o que o Brasil levou 30. E queremos acelerar ainda mais essa transição em parceria”.
Na área de mineração, Anuj Timblo, CEO da Fomento Brasil Mineração, propôs uma aliança estratégica de longo prazo. “O Brasil tem 98% das reservas de nióbio do mundo, lítio em estágio avançado e uma regulação confiável. A Índia precisa desses insumos e tem tecnologia para processá-los. Essa parceria é urgente”. Hervinder Singh, da Jindal Steel, reforçou: “Juntos, podemos criar o setor de mineração mais poderoso do mundo”.
O CEO da TKIL Industries, Vivek Bhatia, também demonstrou entusiasmo com a cooperação bilateral: “A produção de equipamentos de mineração na Índia deve saltar de US$ 16 bilhões para US$ 50 bilhões até 2030. Esse é o tipo de crescimento que estamos prontos para dividir com o Brasil”.
Com patrocínio de empresas como Ambipar, Embraer, XP, Codemge, FIEMS e os governos de Minas Gerais e do Mato Grosso do Sul, além de apoio da India Brazil Chamber of Commerce, o fórum sinalizou um novo capítulo na relação entre os dois países. Jean Paul Prates sintetizou esse espírito ao propor um esforço conjunto voltado à “inclusão, inovação e regeneração ambiental”.
A iniciativa do LIDE e do LIDE Índia reforça o papel crescente de Brasil e Índia na agenda climática global e no redesenho da economia internacional, diante da urgência de soluções sustentáveis e integradas.
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