Governo apresentará plano para mercado de carbono até julho
Ministério da Fazenda promete detalhar os primeiros passos do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, que deve impulsionar economia verde no país
247 - O governo federal pretende apresentar até o fim de julho o plano de implementação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), que definirá as bases do mercado regulado de carbono no Brasil. A informação foi divulgada pela subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, Cristina Reis, durante o seminário “COP30: Transição Energética e Mercado de Carbono”, organizado pelos jornais Valor Econômico, O Globo e a rádio CBN.
Segundo Cristina Reis, o plano — que está em fase final de elaboração — incluirá diretrizes detalhadas para a operação do sistema, além do anúncio do órgão gestor provisório que ficará responsável pela sua coordenação inicial. “A Fazenda tem feito discussões e elaborou um plano de implementação muito robusto, que está prestes a ser publicado. Ele vai trazer o passo a passo dessa implementação, que vai ajudar a constituir as expectativas que movem o desenvolvimento do mercado de carbono”, afirmou a subsecretária.
O SBCE permitirá que empresas com menores índices de emissão de gases do efeito estufa comercializem créditos com aquelas que poluem acima do limite estabelecido. A proposta é criar um mecanismo de incentivo econômico para a redução das emissões, aproximando o país de suas metas climáticas.
O painel em que a medida foi anunciada discutiu a integração do mercado brasileiro ao mecanismo internacional de carbono. Participaram também Mariana Barbosa, diretora de Relações Institucionais da Re.green, empresa especializada na restauração de florestas tropicais, e Ricardo Esparta, diretor técnico e sócio fundador da Eqao, com mediação da repórter especial do O GLOBO, Ana Lúcia Azevedo.
Mariana Barbosa destacou o papel do mercado de carbono na valorização econômica de práticas sustentáveis. “A restauração florestal sempre existiu, mas associada a um instrumento de recuperar passivos. O mercado de carbono traz a possibilidade de plantar floresta e ganhar dinheiro com isso”, afirmou.
Já Ricardo Esparta ressaltou o potencial do Brasil em outros segmentos da economia de baixo carbono: “Energia renovável. Quem tem o mesmo potencial que o Brasil? E sem subsídio, conseguimos ser competitivos e ter produtores que carregam emissões menores. Temos também a bioeconomia, que é gigantesca no país. Podemos substituir petróleo com álcool. E não só combustível: dá para fazer indústria química com o álcool. Os potenciais são muito grandes, estamos em posição privilegiada no país, depende da nossa competência”, afirmou.
O evento faz parte do projeto “COP30 Amazônia”, uma iniciativa jornalística voltada a discutir os desafios e oportunidades da transição verde, em preparação para a Conferência da ONU sobre o Clima de 2025, que será sediada em Belém (PA). A iniciativa conta com patrocínio de empresas como Eletrobras, JBS e Vale, além do apoio dos governos do Pará e do Acre, do BNDES, e parceria institucional do CEBRI e do Instituto Clima e Sociedade.
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