Ameaça da embaixada americana à soberania brasileira merece resposta contundente
Numa medida extrema, mas não descabida, o governo do Brasil deveria chamar de volta ao país os seus diplomatas
A imprensa brasileira revela-se a cada dia mais acrítica, pelo menos em relação aos ataques dos Estados Unidos à soberania brasileira. Claro, qualquer coisa que venha do Governo Trump, direta ou indiretamente, não causa surpresa, mas a postagem da embaixada americana em rede social ameaçando o Supremo Tribunal Federal ultrapassa qualquer patamar de tolerância diplomática. A mídia noticiou o fato com certo desdém.
Vejamos a absurda ameaça:
“O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores. Suas flagrantes violações de direitos humanos resultaram em sanções pela Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Trump. Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto”.
Uma instância diplomática, no caso, uma embaixada, não deveria aderir tão descaradamente aos gestos imperialistas de um presidente. Trata-se de um comportamento inaceitável sob quaisquer justificativas. Constitui violação de princípios fundamentais do Direito Internacional – os princípios da não-intervenção e da autodeterminação dos povos.
Trata-se de um ato cujo teor ofensivo exige resposta contundente.
Especialistas em Direito Internacional ouvidos pela coluna foram unânimes em afirmar que o governo brasileiro deveria chamar o responsável pela embaixada americana para esclarecimentos. Em seguida, expulsar os diplomatas americanos do país por atentado contra a ordem pública e a soberania nacional.
Numa medida extrema, mas não descabida, o governo do Brasil deveria chamar de volta ao país os seus diplomatas que se encontram nos Estados Unidos, o que seria quase “uma declaração de guerra”. Resta perguntar: mas já não existe uma “guerra” declarada do governo Trump contra o Brasil?
O que não se pode aceitar é que tamanha agressão seja tratada como um mero tuíte descartável.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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