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      Paulo Henrique Arantes

      Jornalista há quase quatro décadas, é autor do livro "Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil". Editor da newsletter "Noticiário Comentado" (paulohenriquearantes.substack.com)

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      Trump e Netanyahu já merecem estar no rol dos grandes tiranos da História

      Voto e cargo não inocentam Trump e Netanyahu dos traços autoritários que os aproximam dos grandes algozes da humanidade recente

      Netanyahu indica Trump ao Nobel da Paz (Foto: Reuters)

      A busca, via inteligência artificial, por nomes de tiranos dos últimos 100 anos não nos leva a Benjamin Netanyahu nem a Donald Trump, mas a História cuidará disso. Netanyahu se safa da rotulação de tirano por estar no cargo mediante eleição democrática – uma clara bobagem, pois o voto não o isenta da responsabilidade por milhares de mortes de civis em Gaza, especialmente mulheres e crianças, destruição de hospitais e escolas, bloqueio de remessas de alimentos e outras ajudas humanitárias, uma série de crimes de guerra e conduta francamente colonizadora.

      Trump, por sua vez, escapa de ser classificado como tirano porque ainda não fechou o Congresso nem o Judiciário. Por outro lado, impõe sanções econômicas duras e descabidas a dezenas de países e, no caso do Brasil, com a finalidade de pressionar o Judiciário brasileiro para impedir a prisão de um irmão ideológico, cujo processo caminha conforme o devido processo legal. As sanções econômicas instituídas por Trump desconfiguram o mundo emergido de um longo processo civilizatório nascido no pós-guerra.

      As sanções de Trump constituem vinganças geopolíticas, afetando duramente populações civis e governos democraticamente eleitos. Coisa de tirano, termo que, segundo mentes não humanas, deve ser empregado com “cautela”.

      O tirânico presidente americano também usou o poder de indulto presidencial para perdoar aliados pessoais condenados por crimes graves, como Michael Flynn, Roger Stone e Steve Bannon. Buscou intervir, tiranicamente, no sistema judicial, direta ou indiretamente por meio de aliados, em processos que envolviam interesses políticos ou pessoais. Chamou a imprensa crítica de "inimiga do povo", enfraqueceu normas institucionais e estimulou a desinformação. Como fazem os tiranos.

      Como um tirano, tentou reverter o resultado das eleições de 2020, conduta que resultou na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, evento sem precedentes na História americana.

      A lista de tiranos dos últimos 100 anos que a inteligência artificial nos fornece inclui, entre outros, Hitler, Stalin, Mussolini, Pol Pot, Pinochet, Franco e Kim Il-sung. Exclui Netanyahu e Trump, talvez porque seus atos sejam recentes demais para que a História os contemple com o título. É uma questão de tempo.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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