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Venezuela instala Conselho Nacional de Soberania e Paz em resposta a pressões dos EUA

Reunião reuniu mais de 400 representantes de diferentes setores para reforçar a unidade em defesa do país

O Presidente Maduro instala o Conselho Nacional pela Soberania e Paz (Foto: Imprensa Presiedncial da Venezuela )

247 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, liderou nesta terça-feira (16), em Caracas, a instalação do Conselho Nacional de Soberania e Paz. O encontro reuniu 434 representantes de setores estratégicos da sociedade e teve como objetivo fortalecer a unidade nacional diante do aumento das ameaças externas, especialmente por parte dos Estados Unidos. As informações foram divulgadas pela Telesur e pela Imprensa Presidencial da Venezuela.De acordo com os organizadores, o novo conselho busca consolidar uma frente ampla para a defesa da soberania, promover ações diplomáticas e jurídicas, além de coordenar esforços em nível regional. O projeto retoma o Manifesto pela Soberania e a Paz, aprovado em agosto pela Assembleia Nacional, que reafirma a América Latina e o Caribe como uma zona de paz.

Ampla participação de setores sociais e políticos

A cerimônia contou com a presença de líderes governistas e opositores, além de representantes da sociedade civil. Entre eles estavam o governador opositor do estado de Cojedes, Alberto Galíndez, os políticos Luis Eduardo Martínez e Bernabé Gutiérrez, a reitora da Universidade de Carabobo, Jessy Divo de Romero, e Ítalo Atencio, presidente da Associação Nacional de Supermercados e Lojas de Autosserviço.

O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, foi o primeiro a discursar e destacou o caráter plural do encontro: “É a união de milhões de almas venezuelanas que amam nosso território”. Ele ressaltou que a Venezuela alcançou a paz com “independência, coragem e liberdade”, defendendo que essa seja uma paz “para todos”.

Segundo os organizadores, o conselho será composto por representantes de diferentes setores: 18 do meio acadêmico, 48 da esfera política, 18 do campo cultural e intelectual, 17 ligados a organizações religiosas, 63 da Assembleia Nacional, 214 do setor econômico e 56 do setor social.

Oposição defende reconciliação e rejeita sanções

Durante sua fala, a reitora Jessy Divo de Romero defendeu a necessidade de diálogo entre diferentes correntes políticas. “É fundamental promover a reconciliação, o respeito e a tolerância ao pensamento diverso na defesa da soberania e da paz”, afirmou.

Já o governador Alberto Galíndez, também em representação da oposição, criticou as sanções internacionais e a interferência externa no país. “Essas políticas não trazem soluções duradouras, apenas geram pobreza”, declarou. Ele acrescentou que a experiência histórica mostra que “o único caminho para a prosperidade e a paz na Venezuela é a via pacífica e o voto como motor de mudança”.

Maduro reforça mobilização nacional

Nos últimos dias, Nicolás Maduro, em sua condição de comandante em chefe da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), reiterou a importância de declarar a Venezuela como zona de paz. O presidente rejeitou as narrativas e planos que buscam violar a soberania e a independência do país.

Entre as medidas recentes, Maduro anunciou a ativação das Unidades Comunais Milicianas nos 5.336 circuitos comunais do país, integradas ao Plano Independência 200. A estratégia envolve 15.751 bases populares de defesa integral, com foco em resistência ativa e permanente frente a ameaças externas.

A criação do Conselho Nacional de Soberania e Paz marca mais um passo na tentativa do governo venezuelano de ampliar o diálogo com setores da sociedade e consolidar uma frente comum contra pressões internacionais.

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