Venezuela denuncia aumento de voos militares dos EUA próximos às suas costas
Ministro da Defesa acusa Washington de operações de inteligência e alerta para riscos de acidentes
247 - O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, denunciou em coletiva de imprensa que aviões militares dos Estados Unidos têm intensificado sua presença próxima ao espaço aéreo venezuelano. Segundo ele, as aeronaves norte-americanas estariam violando protocolos internacionais de segurança ao não apresentarem planos de voo, o que, segundo o governo venezuelano, eleva o risco de acidentes.
De acordo com Padrino López, os patrulhamentos que antes ocorriam em horários diurnos passaram a ser realizados também durante a noite e a madrugada. Ele acrescentou que, apenas em agosto, o número de operações de inteligência e reconhecimento contra o país triplicou.
Tipos de aeronaves detectadas
Na conferência, o ministro afirmou que a noite de sábado foi marcada pela detecção de diferentes aeronaves militares norte-americanas. Entre elas, estariam aviões de inteligência, tanques aéreos para reabastecimento em pleno voo e modelos RC-135, utilizados para coleta de dados em tempo real em até 200 milhas de distância.
Padrino também mencionou a presença do Boeing E-3 Sentry, um sistema de alerta e controle aerotransportado, e do Boeing P-8 Poseidon, especializado em patrulhamento marítimo. Para Caracas, esse tipo de operação evidencia um esforço dos Estados Unidos para aumentar sua capacidade de monitoramento no Caribe.
Reação do governo venezuelano
O governo da Venezuela acusa Washington de usar essas manobras como parte de uma estratégia para pressionar por mudanças políticas internas e, ao mesmo tempo, visar o controle de seus recursos naturais.
Em resposta, o presidente Nicolás Maduro convocou voluntários para se alistarem na Milícia Bolivariana, braço auxiliar das Forças Armadas, reforçando a defesa da soberania nacional diante do que chamou de “ameaça externa”.