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Venezuela denuncia EUA por intensificar operações de espionagem em seu território

Ministro da Defesa condena multiplicação de voos militares e alerta para riscos à soberania venezuelana

Vladimir Padriño López, ministro da Defesa da Venezuela (Foto: Correo del Orinoco )

247 - O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, denunciou neste domingo (14) um aumento expressivo nas operações ilegais de inteligência e reconhecimento realizadas pelos Estados Unidos na região do Caribe. Segundo o general, as incursões aéreas violam normas internacionais e representam uma provocação direta contra a soberania do país.

De acordo com reportagem da Telesur, Padrino López afirmou que desde agosto houve uma triplicação das missões de espionagem, com aviões norte-americanos operando não apenas durante o dia, mas também à noite e nas primeiras horas da manhã. “Essas aeronaves entram sem notificação de plano de voo e atravessam a região de informação de Caracas sem autorização, o que pode gerar acidentes aéreos em nosso Caribe”, alertou.

Intensificação das operações militares

O ministro detalhou que entre as aeronaves identificadas estão o RC-135, utilizado para coleta de informações eletrônicas em tempo real, o Boeing KC-135 Stratotanker, especializado em reabastecimento aéreo, e o E-3 Sentry, equipado com sistemas de alerta e controle aéreo. Segundo ele, essas incursões permitem que os EUA alcancem até mesmo o território interno da Venezuela.

“Estamos preparados para cada um desses voos militares dos EUA. Sabemos o que estão fazendo, sabemos o desdobramento que têm no Mar do Caribe, com a plena intenção de semear a guerra”, declarou Padrino López, acusando a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tentar justificar um plano de intervenção militar para derrubar o governo de Nicolás Maduro.

Incidente com embarcação pesqueira

O ministro também relatou um episódio ocorrido na sexta-feira envolvendo o destróier norte-americano USS Jason Dunham (DDG-109), que teria agredido o barco pesqueiro venezuelano Carmen Rosa, tripulado por nove pescadores de atum. A embarcação estava a 48 milhas náuticas da Ilha La Blanquilla, dentro da Zona Econômica Exclusiva do país.

Padrino López manifestou solidariedade aos pescadores e assegurou que o governo garantirá sua proteção: “Não caiam no terror, os pescadores de Venezuela têm a proteção do governo bolivariano, do presidente da República e nós vamos acompanhar nossos pescadores para que exerçam sua atividade produtiva de pesca, devidamente autorizada, em nossos mares e águas jurisdicionais, e os vamos proteger”.

Advertência a governos vizinhos

Em vídeo divulgado em seu canal no Telegram, o ministro lançou ainda uma advertência aos governos de Trinidad e Tobago e Guiana, acusando-os de colaborar com a estratégia de Washington. “Se nos atacarem a partir de seu território, vocês também receberão uma resposta, e isso em legítima defesa”, afirmou.A Venezuela vem denunciando nas últimas semanas o crescente desdobramento militar dos Estados Unidos no Caribe, classificando-o como uma ameaça grave à paz regional e uma violação ao estatuto de Zona de Paz estabelecido pela CELAC em 2014.

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