Venezuela critica operações antidrogas dos EUA e defende foco no Pacífico
Delcy Rodríguez afirma que o território venezuelano não é rota principal de narcotráfico
247 - Durante uma coletiva de imprensa internacional realizada nesta segunda-feira (8), a vice-presidenta executiva da Venezuela, Delcy Rodríguez, questionou a estratégia dos Estados Unidos no combate ao narcotráfico. A informação foi divulgada pela Telesur. Delcy Rodríguez destacou que, se o objetivo real fosse frear a entrada de drogas em território norte-americano, as operações militares deveriam estar concentradas no Oceano Pacífico, principal rota de entrada da cocaína.
Segundo a dirigente venezuelana, “se houvesse espaço para uma atividade internacional coordenada com os países envolvidos, a concentração deveria ser no Pacífico, se eles realmente não quisessem que essas drogas chegassem aos Estados Unidos”. Ela reforçou que a Venezuela não figura como rota prioritária do tráfico internacional e ressaltou os dados das operações nacionais de 2024.
Combate ao narcotráfico sem a DEA
A vice-presidenta comparou os resultados obtidos atualmente com o período em que a Agência Antidrogas dos EUA (DEA) operava no país. Para ela, o desempenho venezuelano é superior desde a saída da entidade.
“Quando comparamos o desempenho que existia quando a DEA estava na Venezuela com o desempenho sem a DEA, sabemos que estamos indo melhor”, afirmou. Segundo ela, as autoridades venezuelanas apreenderam e destruíram 56 toneladas de drogas apenas em 2024, o que demonstra a eficácia das ações conduzidas pelo governo nacional.
Venezuela rejeita ser rota de trânsito
A vice-presidenta ressaltou que a Venezuela vem mantendo “esforços extraordinários” para impedir que o território seja usado como ponto de trânsito, cultivo ou armazenamento de substâncias ilícitas.
“A Venezuela teve um desempenho extraordinário em conter a pressão dos países produtores de drogas para impedir que este território se tornasse uma área de trânsito de drogas”, afirmou.
Delcy Rodríguez também destacou que os dados reforçam o compromisso venezuelano com os marcos regulatórios internacionais e a cooperação com outras nações que compartilham o objetivo de erradicar o narcotráfico.
Pressão internacional e crise de saúde nos EUA
Ao reforçar seu argumento, a dirigente venezuelana lembrou que os Estados Unidos enfrentam uma grave crise de saúde pública, marcada pelo alto índice de mortes por overdose. Nesse contexto, ela insistiu que os recursos e operações internacionais deveriam ser deslocados para o Pacífico, região por onde, segundo sua avaliação, circula a maior parte dos narcóticos destinados ao território norte-americano.
A fala de Delcy Rodríguez, portanto, reafirma a posição do governo venezuelano de rejeitar a ideia de que o país seja um elo estratégico na cadeia do narcotráfico e busca reposicionar o debate sobre a eficácia das políticas antidrogas globais.