Secretário de Guerra faz visita surpresa a navio dos EUA no Caribe
Pete Hegseth afirmou que tropas estão na linha de frente de operação antidrogas, intensificando pressão de Trump contra a Venezuela: "não é treinamento"
247 - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, fez nesta segunda-feira (8) uma visita surpresa ao navio USS Iwo Jima, posicionado próximo a Porto Rico, no Caribe. Em discurso a marinheiros e fuzileiros navais, Hegseth declarou que a missão não se trata de um treinamento, mas sim de uma “operação real” em nome dos interesses estratégicos de Washington, informou a agência Reuters.
“O que vocês estão fazendo agora não é treinamento. Esta é a linha de frente em defesa dos interesses vitais dos Estados Unidos para pôr fim ao envenenamento do povo americano”, afirmou o secretário, em vídeo divulgado pelo Pentágono.
A visita ocorreu em meio à escalada da presença militar norte-americana no sul do Caribe, a poucos quilômetros da Venezuela. O governo de Donald Trump acusa o país vizinho de estar envolvido no tráfico de drogas — alegações reiteradamente negadas por Caracas, que aponta contradições nos dados dos próprios organismos internacionais.
Na semana passada, um ataque militar dos EUA resultou na morte de 11 pessoas e no afundamento de uma embarcação que partia da Venezuela. O episódio provocou críticas dentro do próprio Congresso norte-americano, onde parlamentares democratas exigem explicações legais sobre a operação. “Não há como afirmar que esse barco representava ameaça iminente aos EUA”, disse Adam Smith, líder democrata no Comitê de Serviços Armados da Câmara.
Enquanto isso, o governo venezuelano classificou a ofensiva como mais uma tentativa de desestabilização. A vice-presidente Delcy Rodríguez ironizou as acusações norte-americanas: “Como pode haver cartel de drogas se não há drogas aqui? Eles precisam consertar o GPS”, declarou, lembrando que os principais fluxos de cocaína passam pelo Pacífico, e não pelo Caribe — informação confirmada pelo Relatório Global sobre Cocaína de 2023, da ONU.