Trump nega planos de ataque contra a Venezuela após boatos na imprensa
Presidente dos EUA afirmou que não há ações ofensivas planejadas contra o país sul-americano, contrariando reportagens veiculadas pela mídia estadunidense
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desmentiu nesta sexta-feira (31) que Washington esteja planejando ataques militares contra a Venezuela. As declarações foram dadas a bordo do avião presidencial Air Force One, após veículos de comunicação estadunidenses divulgarem informações sobre supostos preparativos de ofensiva contra o país sul-americano.
De acordo com a emissora Telesur, Trump foi questionado por jornalistas sobre as reportagens que apontavam uma possível decisão da Casa Branca de bombardear instalações venezuelanas. O presidente respondeu de forma categórica: “não”. As declarações ocorrem em meio a um novo capítulo de tensão diplomática entre Caracas e Washington, marcado por acusações mútuas e movimentações militares no Caribe.
'Notícias falsas", diz Trump
O Miami Herald havia publicado que o governo estadunidense “tomou a decisão de atacar vários alvos militares na Venezuela a qualquer momento”, com base em fontes anônimas do Pentágono. Já o Wall Street Journal relatou planos de ofensiva preventiva que incluiriam bases e instalações estratégicas das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB). Trump classificou essas notícias como “falsas”, garantindo que seu governo “não tem ações ofensivas planejadas contra Caracas”. No entanto, o mandatário não negou o envio de navios e aviões militares para a região, o que mantém aberta a dúvida sobre o real propósito das operações.
De Caracas, o presidente Nicolás Maduro afirmou que a Venezuela é alvo de “uma guerra multifacetada orquestrada pelos Estados Unidos”, destinada a impor “uma mudança de regime e um governo fantoche”. Maduro acusou Washington de tentar criar uma “nova guerra eterna”, comparando a estratégia à dos conflitos no Oriente Médio, e destacou que “94% do povo venezuelano rejeita qualquer tipo de intervenção militar estrangeira”.
Reação venezuelana
Nos últimos dias, as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, junto com a Milícia Nacional e forças policiais, realizaram exercícios nas áreas costeiras do país. Segundo o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, as manobras integram a doutrina da “guerra popular prolongada”, voltada a resistir a possíveis invasões.
Em outubro,Trump havia admitido a existência de operações secretas da CIA em território venezuelano, o que provocou forte indignação do governo de Caracas. As autoridades venezuelanas afirmam que tais ações fazem parte de um amplo plano de desestabilização política e econômica, que inclui sanções, bloqueio comercial, guerra midiática e campanhas psicológicas.
Mobilização de tropas dos EUA no Caribe e Pacífico
Em agosto, Washington deslocou navios de guerra, um submarino nuclear, caças e forças especiais para as proximidades da costa venezuelana, sob o argumento de combater o narcotráfico. Diversos incidentes foram relatados no Caribe e no Pacífico, com ataques a embarcações supostamente ligadas ao tráfico, resultando em dezenas de mortes. Para Caracas, essas operações são “ações secretas de natureza política”, destinadas a criar pretextos para uma escalada militar na região.

