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EUA assassinam 14 supostos "narcoterroristas" na América Latina

Chefe do Pentágono tenta cavar uma guerra contra a Venezuela

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, discursa para oficiais militares em Quantico, no estado da Virginia - 30/09/2025 (Foto: Andrew Harnik/Pool via REUTERS)

247 - As Forças Armadas dos Estados Unidos realizaram uma série de ataques que resultaram na morte de 14 pessoas em uma operação conduzida no leste do Pacífico, informou o secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth. Sem provas, o governo Donald Trump aponta o tráfico de drogas como o motivo para os ataques que vêm sendo realizados a embarcações próximas da América do Sul. Líderes latino-americanos denunciam tentativa de violação da soberania dos países da região, principalmente, da Venezuela.

Segundo o comunicado oficial, os novos bombardeios atingiram três embarcações suspeitas de transportar narcóticos, além de terem deixado um único sobrevivente, cuja busca e resgate foram assumidos pelas autoridades do México. 

De acordo com o secretário Hegseth, “as quatro embarcações eram conhecidas pelo nosso aparato de inteligência, trafegando por rotas narcotraficantes conhecidas e carregando entorpecentes”. 

 Ele acompanhou ainda a declaração com a divulgação de um vídeo curto, no qual aparecem dois navios próximos antes de sofrerem explosão, e outra embarcação que se move no mar e em seguida explode. 

A ofensiva ocorre em meio ao aumento da presença militar dos Estados Unidos na região do Caribe, incluindo destróieres com mísseis guiados, jatos F-35, um submarino nuclear e milhares de tropas. O grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford está a caminho da área e deve chegar nas próximas semanas. 

O envolvimento direto das autoridades mexicanas no resgate do sobrevivente reforça a cooperação bilateral na chamada “guerra às drogas”, ao mesmo tempo em que levanta questões sobre jurisdição, uso de força e transparência nas operações transnacionais. Por enquanto, os Estados Unidos não divulgaram evidências detalhadas que comprovem o envolvimento dos alvos nas atividades de tráfico alegadas. 

A ação poderá trazer repercussões diplomáticas e estratégicas para a região, especialmente considerando o histórico de operações conjuntas e a complexa dinâmica entre combate ao narcotráfico e respeito à soberania dos Estados envolvidos.

Ofensiva contra a Venezuela e a América do Sul

A ofensiva integra a estratégia militar do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que há pouco mais de um mês ordenou o envio de tropas para o Caribe, em uma área próxima ao norte da América do Sul. Na ocasião, Washington afirmou que a operação tinha como meta intensificar o combate ao chamado narcoterrorismo.

Paralelamente, o governo norte-americano anunciou uma recompensa de até US$ 50 milhões — equivalente a cerca de R$ 270 milhões — para quem oferecer informações que resultem na captura do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

O presidente Trump instruiu a CIA e o Pentágono a adotarem medidas mais agressivas contra o atual governante venezuelano.

O chefe da Casa Branca resolveu acusar o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de ligação com o narcotráfico. Trump suspendeu o pagamento de subsídios ao país sul-americano. O líder colombiano repudiou as acusações e afirmou que as denúncias de Trump foram motivadas pela recusa de Bogotá em apoiar uma ofensiva militar contra a Venezuela (com Reuters).

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