Progressistas latino-americanos condenam presença militar dos EUA no Caribe
Movimentos da Colômbia, El Salvador, Porto Rico e Brasil expressaram apoio à Venezuela e denunciaram ameaça à paz regional
247 - Setores progressistas de diferentes países da América Latina manifestaram solidariedade à Venezuela e condenaram a presença militar dos Estados Unidos no Caribe, informa a Telesur. Organizações sociais e partidos políticos manifestaram preocupação e repúdio diante da movimentação de navios de guerra e de um submarino nuclear norte-americano na região.
A ação militar é considerada uma clara ameaça contra a soberania venezuelana e representa um risco à estabilidade de todo o continente. Movimentos sociais e partidos progressistas reforçaram que tais medidas violam o direito internacional e evocam a ultrapassada Doutrina Monroe, instrumento historicamente usado por Washington para justificar intervenções na região.
Pacto Histórico da Colômbia alerta para risco de agressão
Da Colômbia, o Movimento Político Pacto Histórico classificou a iniciativa como “uma grave ameaça de agressão contra a América Latina e o Caribe”. Em comunicado, o partido denunciou que o verdadeiro objetivo de Washington é a detenção ilegal de líderes venezuelanos por meios que desrespeitam o direito internacional.
“O governo dos EUA está distorcendo seriamente as relações internacionais em uma região que se recusa a continuar sendo tratada como um quintal, em uma tentativa clara e perigosa de reimpor a ultrapassada Doutrina Monroe”, afirmou o Pacto Histórico.
O movimento colombiano também lembrou que intervenções norte-americanas no Iraque, na Líbia, na Síria e no Afeganistão resultaram em destruição e crises humanitárias. “A América Latina não está disposta a sofrer o mesmo destino. Nosso continente não será o próximo capítulo deste manual imperialista fracassado”, completou.
Organizações de El Salvador denunciam ameaça nuclear
Mais de 30 entidades sociais de El Salvador, reunidas no Bloco de Resistência e Rebelião Popular, manifestaram apoio a Caracas. O grupo classificou como provocativa a implantação do submarino nuclear USS Newport News e do cruzador de mísseis guiados USS Lake Erie no Caribe.
“Esta manobra, longe de ser defensiva, constitui um ato de intimidação nuclear que coloca em risco a estabilidade regional e contradiz o compromisso histórico da América Latina e do Caribe de ser uma zona de paz”, declarou a organização.
Os salvadorenhos exigiram que os EUA respeitem o Tratado de Tlatelolco, assinado em 1967, que proíbe a presença de armas nucleares na região. Além disso, apoiaram a denúncia apresentada pela Venezuela à ONU e solicitaram garantias verificáveis de que armamentos nucleares não serão introduzidos no Caribe.
Nacionalistas porto-riquenhos expressam solidariedade
O Partido Nacionalista Porto-riquenho também condenou a postura de Washington e reiterou apoio ao presidente venezuelano Nicolás Maduro. Em comunicado, acusou os Estados Unidos de recorrer a “mentiras para justificar o uso infame de seu arsenal militar para aterrorizar e subjugar a Venezuela”.
“O objetivo deles é roubar a riqueza dos filhos de Bolívar e impedir o fortalecimento da unidade estratégica dos governos progressistas da nossa América”, afirmou o partido.
Os nacionalistas porto-riquenhos enfatizaram que “o mundo inteiro tem o dever de impedir esta afronta dos inimigos da paz” e concluíram reafirmando solidariedade ao povo venezuelano e às forças progressistas da região.
Brasil
No Brasil, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) também condenaram as ameaças militares estadunidenses à Venezuela, considerando uma ameaça a toda a região.