Presidente da Bolívia reafirma compromisso democrático
Luis Arce promete entregar o poder a quem vencer as eleições de 17 de agosto
247 - O presidente da Bolívia, Luis Arce, declarou que seu governo preservou a democracia “contra todas as adversidades” e reafirmou que cumprirá o compromisso assumido em 2020 de restaurar o regime democrático no país. As declarações foram dadas em entrevista à RTP e reproduzidas pela Prensa Latina nesta quinta-feira (14).
O mandatário afirmou que, não fosse o bloqueio na Assembleia Legislativa Plurinacional (ALP), a economia nacional estaria “funcionando normalmente”. Ele garantiu que deixará o cargo ao lado do vice-presidente, David Choquehuanca, e entregará o governo “a quem vencer as eleições no próximo dia 17 de agosto, seja quem for”. “Não temos problema algum”, ressaltou.
Durante a entrevista, Arce responsabilizou o ex-presidente Evo Morales pela divisão interna no Movimento ao Socialismo – Instrumento Político pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP). O chefe de Estado afirmou que Morales descumpriu um acordo firmado em março de 2022 ao anunciar, em novembro do mesmo ano, sua intenção de disputar as eleições gerais.
Impactos econômicos
Arce alertou que a economia começou a sofrer efeitos negativos a partir de 2023, com desaceleração do crescimento e aumento da inflação, em razão das manobras políticas no Legislativo. “O crescimento está começando a se deteriorar, a inflação está começando a se deteriorar, e toda a economia se deteriorará a partir de 2023 devido aos ataques”, declarou.
O presidente informou ainda que cerca de US$ 1,8 bilhão permanecem retidos no Parlamento, recurso que considera essencial para o funcionamento econômico do país. Para Arce, seu governo seguirá marcado como uma gestão “democrática e de transição” para outro governo eleito pelo voto popular.


