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      Pesquisas na Bolívia indicam segundo turno inédito entre dois candidatos de direita

      Levantamentos mostram Samuel Doria Medina e Jorge Tuto Quiroga na frente, com 30% de eleitores indecisos, brancos ou nulos

      Candidatos à presidência da Bolívia em debate (Foto: TSE Bolívia)

      247 - A menos de uma semana das eleições presidenciais, a Bolívia entra na reta final da campanha com um cenário inédito. Segundo levantamento divulgado pelo El País, as últimas pesquisas projetam um segundo turno entre dois candidatos de direita: Samuel Doria Medina e Jorge Tuto Quiroga. Ao mesmo tempo, o percentual de eleitores indecisos, votos brancos e nulos atinge um patamar histórico, chegando a 30%, algo pouco comum nesta fase da disputa.

      Os três estudos divulgados no último fim de semana também indicam uma queda significativa na intenção de voto de Andrónico Rodríguez, anteriormente apontado como sucessor político de Evo Morales. Ele, que começou a corrida eleitoral consolidado em terceiro lugar, agora aparece em quarto ou até quinto, dependendo do instituto. Caso as previsões se confirmem, o segundo turno — previsto para 19 de outubro — será o primeiro desde que esse formato foi incluído na Constituição, em 2009. Além disso, as projeções apontam que a Assembleia poderia ter, pela primeira vez em 20 anos, uma maioria de direita.

      Metodologia das pesquisas e riscos de erro

      Pesquisas eleitorais na Bolívia têm histórico de erros relevantes. Em 2020, por exemplo, subestimaram o desempenho do atual presidente Luis Arce em quase 13 pontos percentuais, uma das maiores discrepâncias da América Latina, segundo estudo do Celag.

      O peso dos indecisos e o declínio de Rodríguez

      Outro fator decisivo é o comportamento dos indecisos e dos votos em branco. Para o professor Óscar Gracia, da Universidade Privada Boliviana, esses segmentos foram determinantes para a vitória de Arce em 2020. “Sempre é possível que esse percentual se concentre em um candidato que apresente um projeto político distinto do de Samuel e Tuto. Nesse caso, seria Andrónico. Tudo depende de quão presente esteja a polarização na mente do eleitorado”, afirma.

      Rupturas com bases históricas do MAS

      O enfraquecimento da candidatura de Rodríguez se intensificou com a perda de apoio de setores estratégicos. A Federação Tupac Katari de Trabalhadores Camponeses de La Paz rompeu com ele. 

      A Federação Nacional de Cooperativas de Mineração da Bolívia também tem demonstrado discordâncias com Rodríguez. Esse setor, assim como os cocaleiros, foi fundamental para a longevidade do MAS no poder. No entanto, até mesmo os produtores de coca parecem não apoiar Rodríguez. Apesar de sua posição na vice-presidência da federação que representa o segmento, seu superior imediato era Evo Morales — que se opõe abertamente à candidatura e incentiva seus seguidores a anular o voto, percentual que chega a 14% nas últimas pesquisas.

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