HOME > América Latina

Na ONU, chanceler Bruno Rodríguez, de Cuba, repudia a 'intervenção imperialista' dos EUA na América Latina

O ministro criticou os argumentos do governo Donald Trump com o objetivo de enviar militares para regiões próximas à Venezuela. Assista ao vídeo

Bruno Rodríguez (Foto: Reprodução (Sputnik))

247 - O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, aproveitou a plataforma na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas para criticar a mobilização militar dos EUA no Caribe, que ele descreveu como mais um ato da Doutrina Monroe que Washington aplica na região há anos.

O chanceler rejeitou a ideia de que a intenção dos movimentos militares dos EUA seja combater o narcotráfico, um argumento apresentado pela Casa Branca que, na realidade, é "uma lenda em que ninguém acredita", acrescentou.

Criada em 1823, a Doutrina Monroe, sob o slogan “América para os Americanos”, foi anunciada ao Congresso norte-americano como forma de repúdio à interferência de países europeus nas Américas.

O líder cubano deu o alerta na ONU em um contexto de aumento de exercícios militares dos EUA. O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, convocou para a próxima terça-feira (30) uma reunião surpresa com altos oficiais e apresentará uma proposta no sentido de remodelar o Departamento de Defesa em um “Departamento de Guerra”.

Em agosto, o governo Donald Trump (EUA) determinou o deslocamento de um contingente estimado em cerca de 4,5 mil militares para a região do Caribe, próxima à costa venezuelana.

Os Estados Unidos alegam que a medida é necessária para combater o narcoterrorismo e anunciaram uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação do líder venezuelano.

No último dia 13 de setembro, após uma jornada de alistamento massivo da população para a Milícia Nacional Bolivariana, a Venezuela iniciou o treinamento dos novos alistados nos quartéis e unidades militares distribuídas pelo território nacional. Formada em 2009, a organização é composta por civis e militares aposentados em seus quadros e compõe uma das cinco Forças Armadas da Venezuela.

O país do presidente Nicolás Maduro tem rejeitado acusações lançadas pelo governo Trump e denunciou a tentativa ilegal de interferência dos EUA na Venezuela. A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, também tem enviado recados ao governo americano sobre a possibilidade de desestabilização da América do Sul.

Petróleo

Politicamente, a Venezuela é uma das principais frentes de resistência à hegemonia dos EUA em nível global. Outra questão para a relação delicada entre os dois países é o petróleo.

De acordo com número do site World Atlas, a Venezuela ficou em primeiro lugar entre os dez países com as maiores reservas de petróleo do mundo em 2024 (300,9 bilhões de barris), seguida por Arábia Saudita (266,5 bilhões de barris) e pelo Canadá (169,7 bilhões de barris).

A sequência da lista foi ocupada pelo seguintes países: Irã (157,8 bilhões de barris), Iraque (150 bilhões), Rússia (103,2 bilhões), Kuwait (101,5 bilhões), Emirados Árabes (97,8 bilhões), EUA (48,5 bilhões), e Líbia (48,4 bilhões). O Brasil ficou na 15ª posição, com 16,2 bilhões de barris, o que representou aproximadamente 1% das reservas globais​.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...