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Ameaçada pelos EUA, Venezuela faz exercício simulado para conflitos armados

O presidente Nicolás Maduro convocou autoridades civis, militares, bombeiros e demais organismos estatais a participarem da iniciativa

Nicolás Maduro, Donald Trump, navio anfíbio USS Iwo Jima navegando no mar do Caribe e o mapa da América do Sul ao fundo (Foto: Divulgação I Logan Goins/Marinha dos Estados Unidos)

247 - A Venezuela começou neste sábado (27) um simulado nacional de proteção civil com o objetivo de preparar a população diante de catástrofes naturais e cenários de conflito armado. O presidente Nicolás Maduro convocou autoridades civis, militares, bombeiros e demais organismos estatais a participarem do exercício em todas as 24 regiões do país.

De acordo com o mandatário, a “união popular, militar e policial” é essencial para a Venezuela responder a qualquer eventualidade. Maduro disse também que o exercício observa os recentes eventos sísmicos que afetaram partes do território venezuelano entre a noite de 24 e a madrugada de 25 de setembro. O relato foi publicado no Brasil de Fato.

Estatísticas divulgadas pela Fundação Venezuelana de Investigações Sismológicas (Funvisis) apontaram que foram registrados 21 abalos secundários (réplicas) e 10 sismos, incluindo um de magnitude 6.0.

A determinação foi anunciada em um contexto no qual o governo Donald Trump (EUA) determinou o deslocamento de um contingente estimado em cerca de 4,5 mil militares para a região do Caribe, próxima à costa venezuelana. Os Estados Unidos alegam que a medida é necessária para combater o narcoterrorismo e também anunciaram uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação do líder venezuelano.

No último dia 13 de setembro, após uma jornada de alistamento massivo da população para a Milícia Nacional Bolivariana, a Venezuela iniciou o treinamento dos novos alistados nos quartéis e unidades militares distribuídas pelo território nacional. Formada em 2009, a organização é composta por civis e militares aposentados em seus quadros e compõe uma das cinco Forças Armadas da Venezuela. 

ONU

O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, criticou o governo Trump, nesta sexta (26), em discurso na ONU.

“Hoje, a invasão tem como alvo a Venezuela. Eles inventam mentiras em que ninguém acredita para justificar uma ameaça militar multimilionária, uma ameaça atroz, extravagante e imoral”, disse Gil.

O ministro agradeceu o apoio da comunidade internacional, principalmente dos países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e do Brics, bloco de países do Sul Global presidido atualmente pelo Brasil. 

“Somos gratos ao público mundial por denunciar esta tentativa de levar a guerra ao Caribe para promover uma mudança de regime que lhes permitirá roubar a incalculável riqueza de petróleo e gás da Venezuela”.

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