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Movimentos populares realizam manifestações de protesto no Equador

Organizações sociais denunciam "novo ciclo de pilhagem neoliberal" e militarização do país

"Dez dias de greve nacional se passaram e a resistência popular continua", anunciou a CONAIE. Foto: @CONAIE_Ecuador (Foto: Conaie-Equador)

247 - As mobilizações no Equador ganham força neste domingo (12), quando diversas organizações sociais realizam protestos em várias cidades do país contra a eliminação do subsídio ao diesel. A jornada de lutas, que chega ao seu 21º dia, é liderada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e se concentra principalmente em Quito, mas também se estende a Guayaquil e Otavalo, na província de Imbabura, informa a Telesur.

Os movimentos sociais afirmam que o governo de Daniel Noboa abriu “um novo ciclo de pilhagem neoliberal” e que a luta vai além da questão do combustível. O descontentamento se traduz em marchas que reúnem indígenas, sindicatos, educadores, estudantes, mulheres, camponeses e trabalhadores de diferentes setores.

A União Nacional de Educadores (UNE) destacou que a paralisação busca muito mais do que a revogação do decreto que liberou o preço do diesel.

“A luta não é só pelo diesel! Estamos nos unindo pela educação, saúde, segurança e trabalho decente. Exigimos o cumprimento dos direitos, a igualdade salarial, a defesa do Instituto Equatoriano de Seguridade Social (IESS) e o fim das demissões”, declarou a entidade. 

A UNE também pede que os setores de saúde e educação sejam declarados em emergência, diante da falta de investimentos.

Forte militarização da capital

A resposta do governo Noboa tem sido marcada por uma estratégia de militarização. De acordo com o Partido Comunista do Equador, há indícios de que as forças de segurança preparam uma “violenta arremetida” contra os manifestantes. Para este fim de semana, cerca de 5 mil militares e policiais foram deslocados para Quito, no âmbito do chamado “Plano de Defesa da capital”.

O Exército confirmou o envio de reforços da província de Carchi para a capital, sem especificar números. As Forças Armadas informaram que o objetivo seria “conter possíveis ameaças, fortalecer o controle territorial e garantir a tranquilidade cidadã”.

Os protestos, que começaram em 22 de setembro, têm como foco central a revogação do decreto 126, que eliminou o subsídio ao diesel. Mas as organizações populares ampliaram as demandas, incluindo a redução do imposto sobre valor agregado (IVA), mais investimentos em saúde e educação e o fim da repressão estatal contra lideranças sociais e políticas.

Com a mobilização nacional entrando em sua quarta semana, cresce a pressão popular para que o governo Noboa reveja sua política econômica, marcada pelo corte de subsídios e pela repressão às manifestações sociais.

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