EUA confirmam apoio à Argentina apenas via swap cambial
Secretário do Tesouro Scott Bessent descarta injeção direta de dólares e provoca oscilação em títulos argentinos
247 - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, reafirmou nesta quinta-feira (2) que Washington apoiará a Argentina em meio à crise cambial, mas deixou claro que esse auxílio não incluirá investimentos diretos ou aportes financeiros. A declaração, que provocou forte oscilação nos títulos de dívida argentinos, foi reportada pela Bloomberg.
Segundo a agência, Bessent destacou que a ferramenta em negociação é uma linha de swap, descartando opções previamente aventadas como recompra de dívida argentina ou compras diretas de moeda. “Estamos dando a eles uma linha de swap, não estamos colocando dinheiro na Argentina”, afirmou em entrevista à CNBC.
Mercado reage a declarações
As declarações geraram volatilidade imediata no mercado: primeiro, os bônus argentinos subiram com a sinalização de apoio dos EUA, mas recuaram quando ficou claro que não haveria injeção direta de dólares. Posteriormente, voltaram a subir após notícias de que o ministro da Economia, Luis Caputo, e o presidente do Banco Central, Santiago Bausili, viajariam a Washington para discutir o swap cambial.
No câmbio, o peso argentino se manteve relativamente estável, após o governo de Javier Milei intervir pelo terceiro dia consecutivo, vendendo cerca de US$ 180 milhões para conter a desvalorização. No total, o Banco Central já teria utilizado aproximadamente US$ 650 milhões desde terça-feira, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg.
Apoio do FMI e riscos políticos
A diretora de comunicações do Fundo Monetário Internacional (FMI), Julie Kozack, também reafirmou apoio ao país, mas ressaltou a necessidade de “amplo respaldo político” às reformas defendidas por Milei, além da reconstrução das reservas internacionais.
Para analistas, a instabilidade do peso e dos títulos soberanos reflete não apenas fatores externos, mas também a fragilidade política do governo argentino, que busca ampliar sua representação no Congresso nas eleições legislativas deste mês. Em setembro, o partido libertário de Milei sofreu uma dura derrota em Buenos Aires.
Walter Stoeppelwerth, diretor de investimentos da corretora Grit Capital Group, avaliou em relatório que os mercados reagiram à constatação de que “o apoio americano significa uma linha de swap e não uma nova injeção de liquidez em dólares”. Ele alertou ainda que os riscos políticos seguem no centro das preocupações: “A administração pode exagerar na defesa da faixa cambial, até mesmo recorrendo a recursos do FMI, enquanto o estilo polarizador de Milei pode corroer o apoio da classe média e enfraquecer a governabilidade”.
Intervenções e cenário incerto
De acordo com análise da Bloomberg Economics, a pressão cambial sobre o peso é “urgente” e pode levar o governo a adotar mudanças no regime de câmbio antes do esperado, além de reforçar controles sobre o mercado. Enquanto isso, a expectativa é que a linha de swap ofereça algum alívio imediato, mas sem resolver as vulnerabilidades estruturais da economia argentina.
Mercado reage a declarações
As declarações geraram volatilidade imediata no mercado: primeiro, os bônus argentinos subiram com a sinalização de apoio dos EUA, mas recuaram quando ficou claro que não haveria injeção direta de dólares. Posteriormente, voltaram a subir após notícias de que o ministro da Economia, Luis Caputo, e o presidente do Banco Central, Santiago Bausili, viajariam a Washington para discutir o swap cambial.
No câmbio, o peso argentino se manteve relativamente estável, após o governo de Javier Milei intervir pelo terceiro dia consecutivo, vendendo cerca de US$ 180 milhões para conter a desvalorização. No total, o Banco Central já teria utilizado aproximadamente US$ 650 milhões desde terça-feira, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg.
Apoio do FMI e riscos políticos
A diretora de comunicações do Fundo Monetário Internacional (FMI), Julie Kozack, também reafirmou apoio ao país, mas ressaltou a necessidade de “amplo respaldo político” às reformas defendidas por Milei, além da reconstrução das reservas internacionais.
Para analistas, a instabilidade do peso e dos títulos soberanos reflete não apenas fatores externos, mas também a fragilidade política do governo argentino, que busca ampliar sua representação no Congresso nas eleições legislativas deste mês. Em setembro, o partido libertário de Milei sofreu uma dura derrota em Buenos Aires.
Walter Stoeppelwerth, diretor de investimentos da corretora Grit Capital Group, avaliou em relatório que os mercados reagiram à constatação de que “o apoio americano significa uma linha de swap e não uma nova injeção de liquidez em dólares”. Ele alertou ainda que os riscos políticos seguem no centro das preocupações: “A administração pode exagerar na defesa da faixa cambial, até mesmo recorrendo a recursos do FMI, enquanto o estilo polarizador de Milei pode corroer o apoio da classe média e enfraquecer a governabilidade”.
Intervenções e cenário incerto
De acordo com análise da Bloomberg Economics, a pressão cambial sobre o peso é “urgente” e pode levar o governo a adotar mudanças no regime de câmbio antes do esperado, além de reforçar controles sobre o mercado. Enquanto isso, a expectativa é que a linha de swap ofereça algum alívio imediato, mas sem resolver as vulnerabilidades estruturais da economia argentina.