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Equatoriano é libertado após ação militar dos EUA no Caribe

Homem foi repatriado ao Equador e solto por falta de provas; ofensiva dos EUA é alvo de críticas internacionais

Imagem combinada de duas capturas de tela de vídeo postado no X da Casa Branca em 15 de setembro de 2025 (Foto: The White House)

247 - Um equatoriano que sobreviveu a uma ofensiva militar dos Estados Unidos contra uma embarcação no mar do Caribe foi libertado depois de ser repatriado ao seu país. O homem, segundo a Folha de S. Paulo, havia sido detido ao chegar em Quito no último sábado (18), mas foi liberado pela Procuradoria-Geral do Equador, que concluiu não haver registros criminais contra ele

O ataque ocorreu na quinta-feira (16), resultando na morte de dois tripulantes e deixando vivos um equatoriano e um colombiano. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a sobrevivência dos dois homens e afirmou que ambos seriam enviados a seus países de origem para “detenção e processamento”. Apesar da declaração, a Casa Branca não apresentou provas de que os atingidos estivessem envolvidos em atividades ilícitas.

Libertação no Equador

A Procuradoria-Geral equatoriana informou que, após avaliação médica e verificação de antecedentes, não havia fundamento para a detenção. “Ao não existir nenhuma informação que indique a prática de um crime no Equador, não se podia retê-lo pois também não tinha processos pendentes contra ele”, declarou o órgão. Poucas horas depois, o homem foi colocado em liberdade.

O presidente Daniel Noboa também se pronunciou sobre o caso. Em publicação na rede social X, afirmou que o Equador “permanece firme na luta mundial contra o narcotráfico”. Noboa, político de direita que adotou um discurso de linha-dura, tem apostado em medidas de militarização como resposta à escalada da violência ligada ao narcotráfico no país.

Críticas à política militar americana

As operações militares dos EUA no Caribe já resultaram em ao menos 27 mortes. Apesar de justificarem as ações como parte do combate ao tráfico de drogas, Washington tem enfrentado críticas de governos da região, de opositores e de especialistas em direito internacional, que questionam a legalidade das ofensivas.

Desde que retornou ao poder, Donald Trump intensificou sua estratégia de considerar cartéis latino-americanos como organizações terroristas e de pressionar governos da região a reforçarem o combate ao tráfico. Além disso, autorizou a CIA a realizar operações secretas na Venezuela com o objetivo de desestabilizar o governo de Nicolás Maduro, aumentando o risco de uma escalada militar e a tensão diplomática na região.

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