Cuba fortalece políticas sociais diante das adversidades econômicas

247 - O governo cubano segue empenhado em fortalecer suas políticas sociais, mesmo diante das graves dificuldades impostas pelo bloqueio econômico, comercial e financeiro intensificado pelos Estados Unidos. A declaração foi feita pela ministra do Trabalho e Previdência Social, Martha Feitó, durante sua participação nas Comissões Permanentes da Assembleia Nacional do Poder Popular, realizadas nesta segunda-feira (14), em Havana.

Feitó destacou que, apesar da conjuntura econômica adversa, Cuba não abre mão da dimensão social de seu projeto político. “Continuamos desenvolvendo nosso trabalho social, com foco na transformação das comunidades e na integração social dos segmentos mais vulneráveis”, disse.

Segundo a ministra, a transformação social das comunidades deve incluir apoio econômico e financeiro, melhorias na infraestrutura e, acima de tudo, o fortalecimento dos valores éticos e cívicos. “Como afirma o presidente cubano, trata-se também de uma transformação espiritual, baseada no fortalecimento de valores”, pontuou.

Um dos principais pontos abordados por Feitó foi o combate ao emprego informal. O país busca mecanismos para integrar economicamente mais de 250 mil cidadãos que hoje estão fora do mercado de trabalho. A ministra explicou que essa estratégia envolve também a inclusão de pessoas com deficiência, que poderão ser incorporadas à força de trabalho dos serviços de assistência social.

Outro tema de destaque foi a atenção às pessoas em situação vulnerável. Feitó informou que os protocolos de atendimento estão sendo atualizados pelas autoridades municipais, em cooperação com diversas instituições públicas. Em Havana, um novo procedimento já está em vigor: “É elaborado um arquivo com informações sobre cada indivíduo nessa situação, além de recomendações para sua reinserção funcional na sociedade”, detalhou.

Ela também ressaltou a importância da participação cidadã nos processos de apoio social. “É muito importante que, em cada território, as pessoas saibam a quem recorrer ao identificar comportamentos que indiquem vulnerabilidade social. A reação deve ser imediata e articulada com os mecanismos de controle popular estabelecidos”, afirmou.

Ao dirigir-se aos profissionais da assistência social, Martha Feitó fez um apelo ao engajamento ativo nas comunidades: “Vocês são os que mais se aproximam dos bairros. Nada pode ser feito ali sem o apoio de vocês”.

As declarações da ministra aconteceram durante as sessões preparatórias para a quinta sessão ordinária da Assembleia Nacional do Poder Popular, que terá início nesta quarta-feira (16), no Centro de Convenções de Havana. As Comissões Permanentes estão discutindo cerca de 80 temas considerados cruciais para o desenvolvimento econômico e social do país.

Mesmo com os impactos do bloqueio econômico reforçado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que provocou severas restrições ao comércio e às finanças da ilha, o governo cubano reafirma seu compromisso com os setores mais necessitados da população, apostando em soluções locais e na mobilização social como vias para enfrentar as dificuldades.

A reunião do Parlamento cubano é vista como momento estratégico para redefinir prioridades e traçar novas medidas diante dos desafios impostos pelo cenário internacional. Nesse contexto, a manutenção e aprimoramento das políticas sociais se apresentam como pilares fundamentais da resistência cubana.