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Altman: ‘Nobel da Paz a María Corina Machado é uma provocação insultante e criminosa à soberania latino-americana'

Segundo o jornalista, o prêmio concedido à 'Bolsonaro venezuelana é mais uma prova dos vínculos entre liberais, imperialismo e neofascismo'

Breno Altman e María Corina Machado (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reuters/Gaby Oraa)

247 - O jornalista Breno Altman fez alguns alertas nesta sexta-feira (10) após o Nobel da Paz ser concedido a uma das principais opositoras do chavismo e do governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

“Uma aberração que o Nobel da Paz  tenha sido concedido a uma notória golpista, Maria Corina Machado, a Bolsonaro venezuelana. Mais uma prova dos vínculos entre liberais, imperialismo e neofascismo. Não passa de uma provocação insultante e criminosa à soberania latino-americana”, escreveu Altman na rede social X. 

A opositora do chavismo dedicou o prêmio ao presidente norte-americano, Donald Trump, que tenta interferir na soberania venezuelana e também tem um passado de afinidade com ações golpistas, pois, em 2021, eleitores trumpistas invadiram o Legislativo dos EUA, para tentar criar um ambiente para um golpe de Estado após o político do Partido Republicano perder para Joe Biden.

Corina Machado foi eleita deputada em 2010. No Legislativo da Venezuela, a então parlamentar era uma das principais vozes contra o chavismo e o governo do presidente Nicolás Maduro. Líderes progressistas da América Latina denunciam a conspiração dela contra a Venezuela. 

Em 2024, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ) confirmou que Machado está inabilitada para ocupar cargos públicos por 15 anos. Ela enfrenta acusações como corrupção e formação de quadrilha, mas negou irregularidade.

Nascida em 7 de outubro de 1967, em Caracas, Maria Corina Machado vem de uma família tradicional ligada à indústria siderúrgica. Formou-se em Engenharia Industrial pela Universidade Católica Andrés Bello, em 1989. Depois, Marina Corina se especializou em Finanças no Instituto de Estudos Superiores. Atuou no setor privado antes de entrar para a política. 

Sanções

O ano de 2024 foi quando Maduro foi reeleito para um novo mandato. Também na temporada passada, o governo dos EUA anunciou que não renovaria a licença 44, que permitiu petrolíferas norte-americanas fazer negócios na Venezuela. 

A licença expirou em 18 de abril de 2024. Em 2025, sob o comando do presidente Donald Trump, os EUA determinaram o deslocamento de um contingente superior a 4.000 militares para a região do Caribe, próxima à costa venezuelana.

O governo Trump alegou que a medida é necessária para combater o narcoterrorismo e também anunciaram uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro. 

Uma das principais defesas ao governo venezuelano foi em agosto, quando a vice-presidente Delcy Rodríguez afirmou que um possível ataque de Washington contra o país sul-americano será uma “calamidade” e um “pesadelo” para os EUA. 

Nobel

Avaliado em 11 milhões de coroas suecas (US$ 1,2 milhão), o Prêmio Nobel da Paz é entregue em Oslo, na Noruega, em 10 de dezembro, aniversário da morte do industrial sueco Alfred Nobel, que fundou a premiação em seu testamento de 1895. 

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