A operação diplomática dos EUA para minar o apoio internacional à resolução cubana contra o bloqueio está fadada ao fracasso
Marco Rubio mente para conseguir a abstenção dos governos diante da resolução de condenação ao bloqueio que Cuba apresentará na ONU
Vladimir Falcón (*), para o 247 - A renomada jornalista cubana Rosa Miriam Elizalde publicou um artigo no Cubadebate sobre as pressões diplomáticas do governo dos EUA contra governos de vários países, com o objetivo de enfraquecer o apoio da comunidade internacional à resolução contra o bloqueio, que Cuba apresentará em breve na Assembleia Geral da ONU.
A vice-presidente da União de Jornalistas de Cuba (UPEC) denunciou que o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, usa falsidades e ameaças para conseguir a abstenção dos governos diante da resolução de condenação ao bloqueio que Cuba apresentará no organismo internacional.
A estratégia dos EUA neste assunto foi divulgada pela agência de notícias Reuters, com base em um telegrama vazado do Departamento de Estado. Ela consiste em acusar Cuba de enviar entre mil e 5 mil soldados à Ucrânia para combater ao lado das forças militares russas, o que tenta demonstrar que a ilha representa uma ameaça à paz. Essa informação deve ser transmitida por diplomatas americanos aos governos dos países em que estão acreditados, para pressioná-los a se oporem à resolução cubana.
Em seu artigo, Elizalde também se refere às informações divulgadas recentemente pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, em sua declaração à imprensa sobre o assunto, que aponta que congressistas de origem cubana enviaram cartas adicionais a vários governos, condicionando o voto sobre o bloqueio a outros aspectos da relação dessas nações com os EUA.
A jornalista afirmou que o governo cubano respondeu categoricamente que: Cuba não faz parte do conflito armado na Ucrânia nem participa com pessoal militar, nem lá nem em qualquer outro país. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores publicou informações sobre as ações penais realizadas por mercenarismo, nove processos (2023-2025) contra 40 acusados, oito julgamentos e cinco sentenças condenatórias que somam 26 pessoas, com penas de 5 a 14 anos; três causas pendentes de sentença e outra em processo. O Ministério das Relações Exteriores de Cuba mantém uma política de “tolerância zero” contra o mercenarismo, o tráfico e a participação de cidadãos cubanos em conflitos no exterior.
O artigo também aponta que essa manobra diplomática dos EUA busca desviar a atenção do sofrimento que o bloqueio causa ao povo cubano, em um contexto de aumento do envio de tropas americanas ao Caribe, sob o pretexto de combater o tráfico de drogas, e a realização de execuções extrajudiciais de tripulantes de embarcações, sem apresentar qualquer prova de sua suposta participação em operações de contrabando de drogas.
Rosa Miriam termina seu artigo lembrando que, desde 1992, a Assembleia Geral da ONU tem apoiado de forma esmagadora as resoluções apresentadas por Cuba exigindo o fim do bloqueio, e em 2024, a votação foi de 187 votos a favor, 2 contra (EUA e Israel) e 1 abstenção (Moldávia), acrescentando que este ano o cenário mais provável é que a Resolução seja novamente aprovada por ampla maioria.
(*) Mestre em Relações Internacionais no Instituto Superior de Relações Internacionais "Raúl Roa García" de Havana


