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      Exportações do agro resistem a guerra comercial de Trump e batem recorde em julho

      Setor movimentou US$ 15,6 bi no mês, maior valor da série histórica, e ampliou vendas para mercados como China, União Europeia e México

      Exportações (Foto: ABr)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - As exportações do agronegócio brasileiro atingiram, em julho, o maior patamar já registrado para o mês na série histórica: US$ 15,6 bilhões. Segundo dados oficiais, divulgados pelo governo federal, o montante representa crescimento de 1,5% em relação a julho de 2024, com acréscimo de US$ 225 milhões. O avanço foi impulsionado pelo aumento tanto do volume embarcado quanto dos preços internacionais.

      O mês foi marcado também pelo início das ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre possíveis tarifas adicionais ao Brasil, com a primeira manifestação ocorrendo em 9 de julho. Desde então, autoridades e representantes do setor privado têm intensificado articulações para mitigar possíveis impactos e ampliar a presença do agro em novos mercados.

      Na comparação anual, o café se destacou com alta de 25,3% no valor exportado. No mesmo período, 32 empresas brasileiras receberam, pela primeira vez, habilitação para vender o produto à China, totalizando agora 452 estabelecimentos autorizados.

      Itens como suco de maçã (+623%), fumo (+91,5%), bananas (+79%), ovos e gemas (+62%), couros e peles (+57%), frutas (+37,3%) e carnes (+16,7%) — com ênfase na bovina — também registraram forte avanço. Produtos com participação historicamente menor no comércio exterior, como corvina (+161%), uvas frescas (+89,4%), castanha de caju (+88%), óleos vegetais (+87%) e mel (+37%), ganharam espaço, resultado de estratégias de inteligência comercial e ações dos adidos agrícolas no exterior, como o uso da plataforma AgroInsight.

      A China seguiu como principal destino das exportações, com US$ 5,62 bilhões no mês. Em seguida, veio a União Europeia, que importou US$ 2,36 bilhões, alta de 16,4%. Mercados como México (+23%), Arábia Saudita (+28,8%) e Tailândia (+18%) também tiveram crescimento relevante, além de avanços em Marrocos, Bangladesh e Taiwan.

      De janeiro a julho, as vendas externas do agro somaram US$ 97,5 bilhões, desempenho semelhante ao do mesmo período de 2024. Nesse intervalo, os produtos fora do núcleo tradicional da pauta cresceram 21% em valor. Desde o início da atual gestão, foram abertos 399 novos mercados para produtos agropecuários e concedidas mais de 200 ampliações de acesso, sendo 13 delas apenas em julho.

      Mesmo diante da queda nas cotações de commodities como soja, açúcar, celulose e algodão, o setor manteve as receitas cambiais, sustentado por uma estratégia de diversificação e ampliação de mercados.

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