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      China bate recorde histórico de importação de soja do Brasil em junho

      Com 10,62 milhões de toneladas embarcadas, Brasil respondeu por 86,6% das compras chinesas e consolidou liderança nas exportações do grão

      Grãos de soja (Foto: REUTERS/Cesar Olmedo)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - As importações de soja pela China alcançaram um novo patamar em junho, atingindo o maior volume já registrado para o mês, conforme dados da Administração Geral das Alfândegas do país asiático. A China comprou 12,26 milhões de toneladas da oleaginosa, sendo 10,62 milhões provenientes do Brasil — o equivalente a 86,6% do total adquirido no período.

      O desempenho brasileiro representa um avanço de 9,2% em relação a junho do ano anterior e confirma a consolidação do país como principal fornecedor de soja ao mercado chinês. Paralelamente, os Estados Unidos, segundo maior exportador global, também ampliaram sua participação, com alta de 21% nos embarques e um total de 1,58 milhão de toneladas.

      Guerra comercial e safra favorecem Brasil - O volume recorde de exportações brasileiras em junho foi impulsionado por uma combinação de fatores estratégicos. De um lado, a produção agrícola do Brasil colheu resultados robustos nesta temporada. De outro, a tensão contínua entre China e Estados Unidos no campo comercial segue favorecendo os produtores brasileiros, que continuam ganhando espaço em um dos maiores mercados consumidores do mundo.

      Para analistas do setor, o número expressivo reforça a liderança do Brasil no fornecimento global da soja, mas também escancara uma vulnerabilidade preocupante do agronegócio nacional: a dependência quase exclusiva de um único comprador.

      Felipe Jordy, gerente de inteligência e estratégia da empresa Biond Agro, avaliou o cenário com cautela. "A China é, sem dúvida, o principal parceiro comercial do agro brasileiro, mas essa concentração cria uma fragilidade estrutural. Precisamos equilibrar essa balança com novos mercados e políticas de autonomia em insumos", afirmou.

      A fala de Jordy reflete preocupações recorrentes entre exportadores e formuladores de políticas públicas. Embora a parceria com a China traga ganhos expressivos ao agronegócio, o excesso de dependência deixa o setor exposto a riscos geopolíticos, flutuações cambiais e mudanças nas políticas internas do país asiático.

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