Rapper Oruam é indiciado por associação ao Comando Vermelho após operação no Rio

247 - O rapper Mauro Davi Nepomuceno, conhecido como Oruam, foi indiciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por associação à facção criminosa Comando Vermelho. A informação foi confirmada pelo secretário de Polícia Civil do estado, delegado Felipe Curi, na manhã desta terça-feira (22), um dia após uma operação que ocorreu na residência do artista no bairro do Joá, Zona Oeste da capital fluminense, informa o Metrópoles.

De acordo com a corporação, Oruam responderá pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lesão corporal, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato. A operação foi realizada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), a mesma que prendeu o artista em fevereiro deste ano.

Vídeos nas redes e ataque a policiais - Durante a ação da noite de segunda-feira (21), Oruam publicou uma série de vídeos em suas redes sociais, nos quais convoca amigos a irem até sua casa de motocicleta: “Quem tiver de moto no Joá, me ajuda, eles estão aqui na minha porta às 23h da noite”, disse o rapper, alegando que mais de 20 viaturas estavam em frente à sua mansão. Em seguida, ele menciona a presença do "delegado Moysés", referência a Moysés Santana, titular da DRE.

Nos vídeos seguintes, o artista protestou contra a operação: “tudo que eu conquistei foi com a minha música. Vai tomar no cu!”. Em outro momento, ele grita: “eu quero ver vocês me pegarem aqui dentro do Complexo. Não vai me pegar! Vai tomar no cu. Eu sou filho do Marcinho, seus filhos da puta”.

Oruam é filho de Márcio Nepomuceno dos Santos, o "Marcinho VP", um dos chefes históricos do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.

Alvo seria adolescente ligado ao tráfico - Segundo nota enviada pela Polícia Civil à imprensa, a operação foi motivada por informações de inteligência que apontavam a presença de um adolescente infrator na residência. O jovem seria um dos principais roubadores de veículos do estado e atuaria como segurança de Edgar Alves de Andrade, o traficante conhecido como “Doca”.

Após monitoramento com viatura descaracterizada, os agentes flagraram o adolescente saindo do imóvel com quatro outras pessoas. Ele foi apreendido com um celular e um cordão. Durante a abordagem, ainda conforme a polícia, Oruam e outros oito homens apareceram na varanda do imóvel e iniciaram uma série de xingamentos e ataques com pedras contra os policiais, ferindo um deles.

A corporação afirmou que um dos suspeitos correu para dentro da casa, o que motivou a entrada dos agentes no imóvel para efetuar a prisão. Um dos detidos foi autuado em flagrante por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano e associação para o tráfico.

Reincidência no mesmo local - Em nota, a Polícia Civil destacou que esta é a segunda vez, em menos de seis meses, que um membro do Comando Vermelho é localizado no interior da mesma residência, associada a Oruam. O cantor, segundo os agentes, fugiu do local junto com outros envolvidos.