Felca transforma debate sobre exploração infantil em pauta central na política e nas redes
Vídeo “Adultização Infantil” viraliza, mobiliza direita, esquerda e público neutro, e reacende discussão sobre regulação das plataformas
247 - A discussão sobre a exploração e a sexualização de crianças e adolescentes ganhou grande projeção nas redes sociais na última semana, impulsionada pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca. Com milhões de seguidores, ele já havia se destacado por suas críticas à indústria das apostas online e, durante a CPI das Bets, confrontou influenciadores como Virginia Fonseca, acusando-os de promover cassinos virtuais. Agora, um novo conteúdo produzido por ele extrapolou o universo digital e pautou o debate político.
De acordo com a Folha de S.Paulo, Felca publicou o vídeo “Adultização Infantil”, com cerca de 50 minutos, denunciando casos de exposição e sexualização precoce de crianças nas redes sociais. A repercussão foi imediata e rompeu a bolha de seu público habitual, levando figuras públicas de diferentes espectros políticos, como Érika Hilton, Guilherme Boulos e Nikolas Ferreira, a se manifestarem. A mobilização também foi intensa em canais fechados: monitoramento da Palver, que analisa mais de 100 mil grupos de WhatsApp e Telegram, identificou que o tema circulou amplamente nesses espaços, atravessando fronteiras ideológicas.
Crescimento explosivo nas menções - As menções ao assunto permaneceram estáveis até 6 de agosto, mas dispararam a partir do dia 7, atingindo o pico em 9 de agosto. O salto indicou que o vídeo alcançou comunidades onde Felca raramente é citado. A análise ideológica da circulação mostra que 39% das mensagens vieram de grupos alinhados à direita, 11% da esquerda e 50% de fontes neutras, sem vinculação política clara.
Entre os grupos de direita, o conteúdo foi compartilhado como defesa de valores morais e combate à sexualização infantil, embora alguns demonstrassem receio de que ele servisse de pretexto para ampliar a regulação das redes sociais. Já na esquerda, o vídeo foi incorporado ao discurso de defesa dos direitos de crianças e adolescentes, com ênfase na regulação digital e na responsabilização de influenciadores. O amplo percentual de compartilhamentos neutros indica que a discussão mobilizou também um público menos polarizado.
Tecnologias já estão disponíveis, mas falta decisão política - O debate sobre soluções para combater crimes de exploração infantil encontra respaldo em ferramentas já existentes. Segundo a Palver, modelos avançados de redes neurais podem estimar a idade de pessoas em imagens, identificar conteúdo sensível e mapear interações perigosas, permitindo ações preventivas. Com critérios mais rígidos, grandes plataformas poderiam bloquear canais de disseminação e reduzir a exposição de menores a ambientes de risco.
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