Nathalia Urban por Milenna Saraiva

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China é aprovada como país observador da Comunidade Andina e amplia presença na América Latina

Decisão unânime reforça cooperação entre Pequim e países andinos, consolidando a potência asiática como principal parceira comercial da região

China é aprovada como país observador da Comunidade Andina e amplia presença na América Latina (Foto: Reprodução)

247 – A China foi aprovada, por unanimidade, como país observador da Comunidade Andina (CAN), bloco que reúne Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. A decisão foi tomada durante a 31ª Reunião do Conselho Andino de Ministros das Relações Exteriores, realizada em 30 de setembro em Bogotá. A informação foi divulgada pela RT Brasil, com base em comunicado oficial da CAN.

Com a medida, Pequim passa a integrar formalmente a organização como observadora, reforçando os vínculos políticos, econômicos e de desenvolvimento sustentável entre a potência asiática e os países sul-americanos. A decisão também reflete o avanço da estratégia chinesa de integração e cooperação na América Latina, fortalecendo sua influência em um espaço tradicionalmente próximo dos Estados Unidos.

Novo marco na relação entre China e América do Sul

O embaixador Gonzalo Gutiérrez, secretário-geral da Comunidade Andina, destacou que o ingresso da China representa “uma oportunidade para projetar a sub-região na Ásia-Pacífico e fortalecer a cooperação em inovação, investimento e desenvolvimento sustentável”.

Por sua vez, Zhang Liping, encarregado de Negócios da Embaixada da China em Bogotá, afirmou estar “satisfeito com o acordo” e ressaltou que Pequim está alinhada com os países latino-americanos na implementação dos chamados “cinco programas”, voltados a promover benefícios mútuos entre as duas regiões.

A entrada da China no grupo ocorre em um contexto de expansão da presença econômica chinesa na América Latina, especialmente em setores como infraestrutura, energia e tecnologia. Atualmente, a China responde por 19,3% das exportações totais da Comunidade Andina, consolidando-se como o principal parceiro comercial do bloco.

Expansão do quadro de observadores

Com a adesão da China, sete países passam a ter o status de observador na Comunidade Andina. Além de Pequim, integram essa categoria Espanha, Marrocos, Turquia, Grécia, Panamá e República Dominicana.

Esses países podem participar das reuniões promovidas pela CAN com direito à voz, mas sem direito a voto, conforme previsto nas regras do bloco. A participação se dá mediante convite da presidência e sob coordenação dos países-membros.

Cooperação estratégica e influência crescente

A presença da China como observadora da CAN se soma a outras iniciativas bilaterais e multilaterais que vêm aproximando o país das economias sul-americanas. Equador e Peru, por exemplo, já possuem acordos de livre comércio com Pequim, enquanto a Bolívia tem avançado em parcerias voltadas à exploração de lítio e investimentos em infraestrutura energética.

Esse movimento reforça o papel da China como ator central na reorganização geoeconômica da América Latina, ao mesmo tempo em que amplia a interdependência comercial e tecnológica com o continente.

Com a nova posição, Pequim fortalece sua diplomacia econômica e projeta um modelo de cooperação baseado em desenvolvimento compartilhado, inovação e sustentabilidade — pilares que, segundo especialistas, devem definir a próxima fase das relações sino-latino-americanas.

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