Ativista brasileiro sequestrado relata dias de violência em campo de concentração israelense
"Queriam nos arrebentar", disse em entrevista à TV 247 o ativista Miguel Viveiros de Castro, já solto e livre na Jordânia. Assista
247 - Diretamente da Jordânia e livre da prisão ilegal em Israel, o ativista Miguel Viveiros de Castro, da Flotilha Global Sumud, com destino à Faixa de Gaza mas que foi interceptada por militares do regime de Tel Aviv, concedeu nesta terça-feira (7) uma entrevista à TV 247.
Miguel foi sequestrado por Israel em águas internacionais e detido junto a centenas de outros ativistas da missão humanitária, que contava com 13 brasileiros. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou a ação de Israel e exigiu a libertação dos ativistas, seguindo uma série de governos mundiais. O regime de Tel Aviv já deportou a maior parte dos 479 ativistas.
Na entrevista, Miguel contou que seu barco conseguiu escapar dos militares de Israel por sete horas, chegando a 40 milhas de Gaza. "Mas quando estávamos nessa distância a agressividade deles ia aumentando e nos interceptaram. Molharam o barco inteiro e queimaram a eletrônica. Eles usaram uma tecnologia que não conhecemos, provavelmente de guerra, cortando comunicações e a energia do barco. Não sabíamos de onde isso vinha, se era um barco militar ou o submarino que fez parte da operação", relatou.
"Entraram com armas pesadas apontando na nossa cara. Tomaram o controle como se fossem piratas", continuou Miguel ao relatar o sequestro. "Nos deram chave de braço, jogaram no asfalto e nos colocaram de quatro no sol. Só foram deixar a gente beber água da pia dez, doze horas depois", acrescentou, sobre a chegada ao porto.
Miguel relatou ainda que não conseguiu acessar advogados e que foi preso em um verdadeiro campo de concentração. "Chegamos ao campo de concentração para palestinos. Vimos nas caras deles [os israelenses] que queriam arrebentar com a gente", contou, ao relatar os abusos sofridos pelos ativistas. Assista na TV 247: