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Luizianne fala pela 1ª vez após deixar Israel e denuncia "truculência"

Deputada relatou dias de detenção em presídio de segurança máxima e agradeceu apoio do governo brasileiro e da embaixada na Jordânia

A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) (Foto: REUTERS/Ammar Awad | Renato Araújo/Câmara dos Deputados)

247 - A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) falou pela primeira vez nesta terça-feira (7) sobre a detenção ilegal sofrida por ela e outros ativistas brasileiros após a interceptação da Flotilha Global Sumud por forças militares de Israel, em águas internacionais, quando o grupo levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Em vídeo gravado na Jordânia, onde o grupo foi acolhido pela embaixada brasileira após ser libertado, Luizianne afirmou ter vivido dias de "muita truculência” durante o período em que esteve presa em Ketziot, presídio de segurança máxima no deserto do Neguev, e classificou a ação israelense como um “sequestro”.

“Ficamos sem comunicação após a interceptação na quarta-feira à noite e passamos seis dias no presídio de segurança máxima. Foram muitas orações, muita truculência, foi uma situação muito difícil”, relatou a parlamentar.

“Nós fomos, na verdade, sequestrados pelo Exército israelense, porque não estávamos em águas israelenses. Estávamos chegando a Gaza quando eles tomaram o controle dos barcos e nos levaram ao porto de Ashdod. De lá, fomos considerados presos”, afirmou.

“Nada se compara ao sofrimento do povo palestino”

A deputada destacou que, apesar das violações que enfrentou, sua experiência “não se compara ao sofrimento do povo palestino”, que, segundo ela, vive sob um “terrorismo de Estado”.

“Tudo que vivemos não é nada comparado com o que enfrentam mais de 10 mil palestinos presos — entre eles, 400 crianças. A situação que Gaza vive hoje é de genocídio, e nós sentimos na pele o que o exército israelense é capaz de fazer”, disse.

Luizianne reiterou o caráter pacífico e humanitário da missão, que transportava alimentos, fórmulas infantis e medicamentos para a população de Gaza. “Até o último momento insistimos em cumprir nossa missão, que era levar ajuda humanitária ao povo palestino. Infelizmente fomos interceptados, mas isso não vai parar o movimento. As vidas palestinas importam”, declarou.

A parlamentar fez questão de agradecer ao apoio do governo brasileiro, em especial à Embaixada do Brasil em Amã e ao embaixador Márcio Fagundes do Nascimento, que coordenou o acolhimento dos ativistas libertados.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a libertação dos 13 brasileiros que integravam a flotilha foi resultado de negociações conduzidas pelas embaixadas brasileiras em Tel Aviv e Amã, com o apoio de autoridades locais. O grupo foi recebido na fronteira com a Jordânia, passou por avaliação médica e foi alojado em segurança na capital.

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