ASEAN e BRICS fortalecem Sul Global e criam elo estratégico com o Ocidente, afirma analista
Diretor do Instituto Asiático de Estratégia e Liderança elogia o apoio do Brasil à entrada da Malásia no BRICS
247 – A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o grupo BRICS compartilham objetivos estratégicos de promover uma governança global mais equitativa e fortalecer a cooperação entre países do Sul Global. A avaliação é de Danial Rahman, diretor-geral do Instituto Asiático de Estratégia e Liderança, em entrevista concedida à Sputnik Brasil (link original).
Segundo Rahman, a mais recente cúpula da ASEAN, realizada entre 26 e 28 de outubro na Malásia, evidenciou o fortalecimento da organização como elo entre o Norte e o Sul globais. “A presença do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, reflete a abertura da ASEAN para laços mais estreitos com os países do BRICS. ASEAN e BRICS compartilham objetivos comuns — uma governança global mais justa e o fortalecimento da cooperação Sul-Sul”, afirmou o analista.
Rahman acrescentou que o apoio do Brasil à possível adesão da Malásia ao BRICS representa “um sinal positivo”, e destacou que a ASEAN deve “equilibrar o aprofundamento da cooperação com o BRICS para preservar sua unidade e independência”.
Cúpula reforça diálogo entre potências emergentes
A cúpula da ASEAN contou com a presença de representantes dos países fundadores do BRICS, incluindo os presidentes da China e da África do Sul. O evento foi marcado por debates sobre integração econômica, segurança regional e reformas na governança internacional — temas centrais tanto para a ASEAN quanto para o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O encontro reforçou a tendência de maior protagonismo das nações emergentes nas decisões globais, especialmente em um contexto de busca por alternativas ao sistema internacional dominado pelo Ocidente.
Reunião entre Lula e Trump
Às margens da cúpula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. De acordo com a Sputnik Brasil, analistas classificaram o encontro como positivo.
Lula afirmou que as equipes de ambos os países iniciarão “imediatamente negociações para acabar com as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e as sanções aplicadas a algumas autoridades do país”. Trump, por sua vez, descreveu a reunião como “muito boa” e elogiou o presidente brasileiro um dia após o encontro.
A aproximação entre os dois líderes é vista como um gesto diplomático relevante, sugerindo uma tentativa de reequilibrar as relações entre o Sul Global e o Ocidente.




