Lula propõe Aliança Global contra a Fome com países da ASEAN
Presidente defende ampliação da cooperação Sul-Sul para reduzir insegurança alimentar
247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em artigo publicado em 23 de outubro de 2025 em cinco importantes veículos do Sudeste Asiático — The Jakarta Post (Indonésia), The Star (Malásia), Bangkok Post (Tailândia), Vietnam News Agency (Vietnã) e Philippine Star (Filipinas) —, a criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, com a participação dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Lula destacou que a parceria entre o Brasil e a ASEAN é um modelo de cooperação Sul-Sul, pautado pela busca de uma ordem internacional mais justa, estável e inclusiva. “Com economias complementares e uma visão comum de mundo, mostramos que o diálogo e a solidariedade podem gerar benefícios mútuos”, escreveu o presidente.
Nos últimos 25 anos, o comércio entre o Brasil e os países da ASEAN cresceu mais de 16 vezes, passando de US$ 2,29 bilhões em 2000 para US$ 37,2 bilhões em 2024. Lula ressaltou que esse avanço demonstra o potencial de ampliação das trocas comerciais e anunciou sua participação histórica na Cúpula da ASEAN, na Malásia, a primeira de um presidente brasileiro.
Segurança alimentar e combate à pobreza
Em um dos trechos centrais do artigo, Lula reafirmou o papel do Brasil como parceiro estratégico na segurança alimentar dos 672 milhões de habitantes da ASEAN. “O Brasil é um dos maiores exportadores de proteína animal e grãos e está preparado para atender ao aumento das importações da região”, afirmou.
Ele também enfatizou que o país oferece modelos de políticas públicas de sucesso, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar e as iniciativas que conectam a agricultura familiar aos mercados locais, as quais podem inspirar ações conjuntas na Ásia.
O presidente ressaltou que oito países da ASEAN já integram a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa que simboliza a convicção de que não há verdadeiro progresso sem justiça social.
Energia limpa e inovação tecnológica
Lula destacou a liderança do Brasil em energia limpa e biocombustíveis, com meio século de experiência no uso do etanol como combustível, e propôs cooperação técnica e tecnológica com os países asiáticos.
Na área de inovação, o presidente apresentou o PIX e a plataforma GOV.BR como exemplos de tecnologias brasileiras que democratizaram o acesso a serviços financeiros e públicos. Ele apontou o potencial de intercâmbio com economias digitais avançadas da ASEAN, como as de Singapura, Malásia e Vietnã, para promover a inclusão digital e o desenvolvimento sustentável.
Multilateralismo e paz mundial
O presidente dedicou parte do texto à defesa de uma reforma urgente do sistema multilateral, criticando a paralisia da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Conselho de Segurança da ONU. Segundo ele, é fundamental fortalecer a governança global e ampliar a representatividade das nações em desenvolvimento.
“Nosso compromisso comum com a paz e o desarmamento, demonstrado por zonas livres de armas nucleares tanto na América Latina quanto no Sudeste Asiático, prova que a segurança coletiva deve se basear na cooperação e não na lei do mais forte”, escreveu Lula.
COP30 e proteção das florestas tropicais
O artigo também tratou do papel do Brasil na agenda ambiental global. Lula lembrou que o país sediará a COP30 no coração da Amazônia e anunciou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma iniciativa inovadora que prevê a remuneração de até US$ 4 por hectare preservado para países que mantenham suas florestas em pé.
“O TFFF não é baseado em doações, mas em investimento na humanidade e na vida na Terra”, explicou.
Um futuro comum de prosperidade e paz
Lula concluiu o texto reafirmando a confiança no potencial transformador da parceria entre Brasil e ASEAN. “Por meio da cooperação e da amizade, mostramos que é possível construir um futuro próspero, sustentável e de paz para todos”, escreveu.


