Variante "Frankenstein" da Covid se espalha pela França
Conhecida cientificamente como XFG, a nova cepa combina diferentes linhagens do coronavírus
247 - Uma nova variante da Covid-19, identificada cientificamente como XFG, está em circulação na França há algumas semanas e vem chamando a atenção de especialistas. O apelido mais popular, “Frankenstein”, surgiu devido ao caráter híbrido dessa mutação, formada pela combinação de diversas subvariantes do coronavírus. A campanha nacional de vacinação contra a Covid-19 no país está prevista para começar em 14 de outubro.
As informações foram publicadas pela RFI, que entrevistou o epidemiologista Antoine Flahault, professor de Saúde Pública da Universidade de Genebra. Segundo ele, a denominação “Frankenstein” reflete mais uma percepção popular do que um risco alarmante. “Ela tem dois apelidos. Alguns a chamam de Stratus e outros de ‘Frankenstein’, provavelmente porque é uma espécie de híbrido de subvariantes”, explicou.
Risco não deve gerar pânico, dizem especialistas
Apesar da novidade, os especialistas alertam que não há motivos para pânico. Flahault reforçou que a variante continua sendo uma forma de Covid-19 e deve ser tratada com cautela, mas sem exageros. “Ainda é Covid-19. Não estou dizendo que é algo banal, mas não há motivo para dar a ela um nome que cause pânico. Temos ondas de gripe que também impactam a sociedade e, em especial, os idosos. E temos ondas de Covid-19. A diferença é que elas não ocorrem apenas no inverno. Podem surgir no início do outono, como é o caso agora”, destacou.
Sintomas semelhantes aos da gripe
A variante XFG apresenta sintomas parecidos com os da gripe comum. Nas últimas semanas, ela foi detectada não apenas na França, mas também em outros países. Segundo Flahault, a evolução da nova onda tem seguido padrões distintos entre regiões. “Não sei exatamente quando será o pico dessa onda. Parece que, nos Estados Unidos, a onda está um pouco adiantada em relação à Europa, e eles estão agora atingindo o pico, que não é muito alto”, afirmou.
O professor também comparou o impacto da cepa atual com o de ondas passadas, avaliando que os efeitos têm sido menos graves. “É menos significativo do que as ondas anteriores. É possível que, por volta de meados de outubro, cheguemos ao pico também na Europa e que, depois, haja uma queda”, acrescentou.