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Mistério da mala: polícia prende suspeito de deixar corpo em rodoviária e já tem possível desfecho do caso

A Polícia Civil segue investigando o caso, que chocou moradores de Porto Alegre pela frieza e pela forma como foi executado

Homem ainda teve a identidade revelada (Foto: Polícia Civil)

247 - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu preventivamente, nesta sexta-feira (5), o homem suspeito de matar a própria namorada e deixar parte do corpo dela em uma mala no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre. A informação foi confirmada em coletiva de imprensa e divulgada pelo g1 RS.

O delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios, classificou o suspeito, de 65 anos, como alguém “extremamente educado, frio e aparentemente muito inteligente”. Segundo o delegado, as provas apontam que ele cometeu o crime com a intenção de chocar a opinião pública. “Este homem não pode estar em condições de convívio na sociedade. É uma pessoa que tem capacidade de cometer crimes na sociedade altíssima”, afirmou.

O suspeito, publicitário de profissão, dominava técnicas de corte e demonstrou, de acordo com a polícia, um “elevado grau de organização e capacidade criminosa”. Mesmo tomando precauções para não ser identificado — como uso de luvas, óculos, boné e máscara —, acabou registrado por câmeras de monitoramento na rodoviária e em um comércio da Zona Norte da capital. Em uma dessas imagens, foi visto abaixando a máscara, o que permitiu sua identificação.

Vítima e motivação

A vítima é uma mulher de cerca de 50 anos, que mantinha relacionamento com o suspeito. A Polícia Civil trata o caso como feminicídio. Para o delegado Souza, a motivação do crime ultrapassa o âmbito pessoal. “Afrontar o Estado, afrontar a polícia”, disse.

Dinâmica do crime

O homicídio ocorreu em 9 de agosto. Dias depois, no dia 13, os braços e pernas da vítima foram encontrados em sacos de lixo no bairro Santo Antônio, na Zona Leste. No dia 20, o suspeito deixou o tronco da mulher na rodoviária — desta vez em um espaço de grande circulação de pessoas e sob vigilância constante. Para a polícia, a diferença de locais e datas foi planejada. “Primeiro, em um lugar ermo. Depois, em um dos lugares mais movimentados do estado”, explicou Souza.

Além disso, o suspeito teria deixado pistas falsas e até feito denúncias enganosas para tentar manipular a investigação. “Parecia que ele estava querendo controlar os atos do Estado, os atos da polícia. Parecia que ele queria estar um passo à frente da polícia”, destacou o delegado.

Crânio ainda não localizado

Os investigadores acreditam que o homem planejava um terceiro ato, que envolveria o crânio da vítima, ainda não encontrado. A polícia também apura se houve participação de outras pessoas no crime.

Descoberta na rodoviária

A mala permaneceu 12 dias no guarda-volumes. De acordo com Henrique Zamora Rodrigues, supervisor do setor, o volume foi bloqueado para que apenas outra pessoa pudesse retirá-lo. Com o forte odor, funcionários decidiram abrir a bagagem.

“Agora no fim de semana, por causa do calor, começou a exalar cheiro ali dentro, e hoje estava insuportável. Tentei contato com os dados que tinham passado, mas não consegui nenhum contato, até para poder descartar”, relatou Rodrigues.

Ao arrombar o cadeado, encontrou o tronco da vítima. “Fomos abrir, quebrei o cadeado, estava com vários sacos plásticos preto e vimos um tronco, que não era de animal, e acionamos a polícia na hora. Retiraram o corpo e o cheiro segue ali no ar”, disse.

A Polícia Civil segue investigando o caso, que chocou moradores de Porto Alegre pela frieza e pela forma como foi executado.

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