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Aliança de centro-esquerda ganha força em posse do PT no Rio Grande do Sul

Evento contou com falas de Juliana Brizola, Manuela D’Ávila e Beto Albuquerque em defesa de uma coalizão para 2026

Lideranças dos partidos de centro-esquerda no RS (Foto: Reprodução / Redes sociais)

247 - A posse do deputado estadual Valdeci Oliveira como novo presidente do PT gaúcho, realizada no sábado na sede da AIAMU, em Porto Alegre, transformou-se em um palco de articulações políticas para as eleições de 2026. O evento, que deveria marcar apenas a transição de comando interno, ganhou contornos de pré-campanha com discursos de Juliana Brizola (PDT), Manuela D’Ávila e Beto Albuquerque (PSB). As informações são do Correio do Povo.

A tônica dos discursos foi a defesa de uma aliança de centro-esquerda no Estado, articulada há meses nos bastidores. O objetivo: consolidar um palanque robusto para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições do próximo ano e viabilizar uma frente capaz de enfrentar as candidaturas ligadas ao governador Eduardo Leite (PSD) e ao bolsonarismo.

Ovacionada pelo público, Juliana Brizola, pré-candidata do PDT ao governo estadual, deixou claro seu compromisso em construir uma coalizão. “O flerte com o golpismo, a falta de compromisso com a democracia e com o povo e a história do nosso país, fazem com que nosso campo tenha uma responsabilidade muito grande neste momento. É o momento de todos sentarmos à mesa e nos despirmos de vaidades, para que possamos apresentar ao RS um retorno do que o RS é. Venho aqui dizer para todos vocês, olho no olho, que o PDT quer construir um grande palanque para o presidente Lula”, afirmou.

O discurso marcou uma inflexão na relação do PDT com os petistas. Embora setores do partido resistam a abrir mão de uma candidatura própria, a aproximação de Juliana fortalece a possibilidade de diálogo para composição de chapa com o PT. Os petistas, por sua vez, trabalham para que a pedetista aceite a vaga de vice em uma candidatura encabeçada pelo presidente da Conab, Edegar Pretto.

Na sequência, Beto Albuquerque reforçou a necessidade de uma aliança unificada. O dirigente socialista, que trava disputa interna pelo comando do PSB no Estado, criticou a postura do governo federal em relação ao Centrão. “Só há uma possibilidade para nós. É estarmos juntos na reeleição do Lula e do Alckmin e, aqui no RS, juntos para vencermos as eleições e darmos o palanque necessário para o enfrentamento”, disse, encerrando seu discurso com um entusiasmado “Viva o PT, viva Lula, viva o Brasil!”.

Apesar de defender a reaproximação com os petistas, Beto enfrenta resistência de parlamentares estaduais do PSB, que preferem manter o alinhamento com o governo de Eduardo Leite.

Também presente, a ex-deputada Manuela D’Ávila reiterou a importância da união das forças progressistas. “A felicidade que estamos sentindo neste momento é a felicidade da possibilidade de unidade. Os meus compromissos são os compromissos das mulheres e homens que se separam, têm diferenças, mas que se juntam nos momentos mais importantes da história”, declarou.

Manuela, que recebeu convites para se filiar ao PSol e ao PSB, é cotada para disputar uma vaga ao Senado em uma chapa de aliança.

Empossado presidente estadual do PT, Valdeci Oliveira reforçou o discurso pela ampliação do diálogo político. Conhecido por preferir a expressão “centro democrático” em vez de “esquerda”, o deputado prometeu empenho para fortalecer a frente. “Precisamos ouvir muito, formular muito, compor muito e alargar nosso poder de ação”, afirmou.

Apesar do clima festivo e das manifestações em favor da unidade, a ausência de lideranças do PSol chamou atenção no ato, sinalizando que as negociações ainda enfrentam resistências e pontos de divergência.

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