Tarcísio visita Bolsonaro para discutir anistia e 2026
Governador se encontra com Bolsonaro em prisão domiciliar; sucessão presidencial e PL da Dosimetria estão na pauta
247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estará nesta segunda-feira (29) em Brasília para visitar Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar. A reunião foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o jornal O Globo, o encontro ocorre em meio a incertezas eleitorais para 2026 e a intensas articulações no Congresso sobre o futuro do chamado “PL da Dosimetria”, que discute a redução de penas para condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Disputa eleitoral e sucessão presidencial
Tarcísio ainda não definiu se disputará a reeleição em São Paulo ou se assumirá o papel de candidato à Presidência em lugar de Bolsonaro. O próprio ex-presidente afirmou a aliados, na semana passada, que só tomará uma decisão definitiva no próximo ano.
Enquanto isso, a sucessão ao Senado por São Paulo também é pauta. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL), que vive nos Estados Unidos e teme ser preso ao retornar ao Brasil, era o nome previsto para representar a família na corrida eleitoral. Diante da indefinição, cresce a possibilidade de substituição. Tarcísio defende o nome do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), enquanto outras lideranças bolsonaristas tentam viabilizar Marcos Feliciano (PL) e Cezinha Madureira (PSD).
O impasse da anistia e o "PL da Dosimetria"
A questão da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro domina as negociações no Congresso. O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator da proposta, tem buscado construir um texto que alivie penas sem conceder perdão integral — o que também beneficiaria Bolsonaro. A proposta passou a ser chamada de “PL da Dosimetria”.
Paulinho se reuniu com diferentes bancadas, incluindo a do Republicanos, partido de Tarcísio, para medir o alcance político do texto. Ele alertou que a concessão excessiva pode gerar resistência do STF e do governo, enquanto uma postura rígida pode afastar setores do Centrão.
O relator declarou que pretende levar o projeto a votação já na terça-feira (30) e condicionou o avanço da proposta ao andamento de outras pautas, como a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reagiu, classificando a tentativa de vincular votações como “uma loucura”. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também negou que a votação do projeto do IR esteja condicionado à aprovação da anistia.