Tarcisio presta solidariedade a Cláudio Castro após chacina policial no Rio
Governador de SP defendeu a ação que deixou 121 mortos
247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), expressou solidariedade ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), em meio às repercussões da megaoperação policial que tinha como alvo declarado o Comando Vermelho, realizada no estado fluminense. A ação, considerada uma das maiores da história recente, resultou em 121 mortes, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira (29) pelo governo do Rio.
“Minha solidariedade ao governador Cláudio Castro, às famílias dos policiais que tombaram heroicamente em combate e à população que sofre as consequências dessa violência desmedida”, escreveu. As informações são da CNN Brasil.
O governador afirmou ainda que o crime organizado é hoje o principal risco ao país, superando até mesmo os desafios fiscais. “Não é mais admissível que cidadãos sejam obrigados a abandonar suas casas ou seus negócios por ordem de criminosos”, declarou. Para ele, o Brasil enfrenta um problema histórico agravado pela expansão do tráfico de drogas e do poder paralelo.
Em tom crítico, Tarcísio cobrou maior controle nas fronteiras e regras mais rígidas contra devedores contumazes, além de reforçar a necessidade de combater a lavagem de dinheiro. “As armas e drogas comercializadas no país, em sua grande maioria, não são produzidas aqui. Então, como chegaram às comunidades do Rio? Isso evidencia o quanto o Estado tem falhado na vigilância de suas fronteiras”, afirmou.
De acordo com o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, a operação foi “o maior baque já sofrido pelo Comando Vermelho”. As forças de segurança prenderam 113 pessoas, apreenderam 10 menores, 118 armas e 14 artefatos explosivos, além de toneladas de drogas ainda em processo de contagem. No entanto, a ação não conseguiu prender Doca, seu principal alvo e chefe da organização criminosa.
Apesar do número elevado de mortes e do fracasso em prender Doca, o governador Cláudio Castro considerou a ação bem-sucedida. “Tirando a vida dos policiais, o resto da operação foi um sucesso”, disse o chefe do Executivo fluminense.
O episódio gerou divergência entre autoridades. O governo federal publicou um vídeo institucional afirmando que “matar 120 pessoas não adianta nada no combate ao crime”, ressaltando a necessidade de ações integradas entre as forças de segurança.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou, pedindo uma resposta coordenada e eficiente contra as facções criminosas, mas sem colocar em risco “policiais, crianças e famílias inocentes”. Lula reforçou ainda a importância da PEC da Segurança Pública, que tramita no Congresso e prevê integração entre as polícias e a criação de fundos constitucionais para o setor.


