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      Tarcísio fala como candidato, resgata lema de Juscelino e diz que 'Brasil precisa fazer 40 anos em 4'

      Em seminário promovido pelo grupo Esfera Brasil, governador não esconde discurso de campanha

      Tarcísio de Freitas (Foto: Reprodução/YouTube/Esfera Brasil)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Apesar de negar interesse em concorrer à Presidência da República em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fala como candidato e, nesta segunda-feira (25), voltou a defender uma agenda nacional de desenvolvimento econômico durante o Seminário Brasil Hoje, promovido pelo grupo Esfera Brasil, em São Paulo. A declaração foi destacada pelo portal Exame.

      “[O Brasil] precisa fazer 40 anos em 4”, afirmou Tarcísio, resgatando o lema do ex-presidente Juscelino Kubitschek, "50 anos de progresso em 5 anos de governo".

      Prioridade fiscal e enxugamento da máquina pública

      Um dos pontos centrais do discurso foi a questão fiscal. Tarcísio defendeu uma revisão profunda no orçamento público e a diminuição da rigidez orçamentária. “Depende da questão fiscal o que deixaremos de legado: prosperidade ou dívida?”, questionou.

      Segundo o governador, é fundamental que o Executivo federal dê o exemplo ao adotar medidas de austeridade. Ele citou a necessidade de reduzir ministérios como gesto simbólico de eficiência. “No Exército, temos um ditado que a palavra conduz e o exemplo arrasta. Quando falamos do fiscal e de diminuição do tamanho do Estado, a presidência da República tem de dar o exemplo”, disse.

      Ele também destacou a importância de discutir a desindexação da economia, que, em sua avaliação, gera desequilíbrios nas contas públicas. Além disso, defendeu uma revisão dos benefícios tributários e classificou como essencial a adoção de uma “reforma orçamentária”.

      Tecnologia e segurança pública como pilares

      Outro eixo citado pelo governador foi a necessidade de modernização tecnológica na administração pública. Ele defendeu a incorporação de ferramentas como inteligência artificial, blockchain e internet das coisas para tornar o Estado mais eficiente.

      A segurança pública também foi apontada como prioridade. “Precisamos aumentar o custo do crime e diminuir a mobilidade do crime”, afirmou Tarcísio, reforçando a necessidade de políticas mais rigorosas contra a criminalidade.

      Geopolítica e críticas ao governo Lula

      Na análise geopolítica, Tarcísio avaliou que o Brasil perdeu capacidade de articulação independente no cenário internacional. Ele lembrou que o país foi alvo de tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos, em iniciativa liderada pessoalmente pelo atual presidente Donald Trump.

      Segundo o governador, essa postura custou trilhões em investimentos que poderiam ter sido destinados ao Brasil e comprometeu a entrada do país na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Falta visão de futuro, falta liderança. Tirar proveito [dessa situação] pensando só em eleição é condenar o país ao atraso”, declarou em crítica indireta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

      Apoio político e sucessão em São Paulo

      O painel em que Tarcísio participou contou com a presença do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e do senador Ciro Nogueira (PP). Durante o evento, Nunes demonstrou apoio ao governador. “Vou trabalhar por você 24 horas por dia”, declarou, em referência à possibilidade de uma candidatura de Tarcísio à presidência da República em 2026.

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