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Sabesp pós-privatização: queixas por cobrança disparam

Um ano após venda, companhia enfrenta críticas por serviços e impactos ambientais

Sabesp pós-privatização: queixas por cobrança disparam (Foto: Divulgação | Marcelo S. Camargo/Governo do Estado de SP)

247 - Um ano após ser privatizada pelo governo do Estado de São Paulo, a Sabesp registrou um aumento significativo em seus lucros, mas também viu crescer o volume de reclamações de consumidores, especialmente em plataformas online. As informações são do Metrópoles, que detalhou os impactos da mudança no controle acionário da empresa e as repercussões para clientes e meio ambiente.

Segundo dados divulgados pela própria companhia, o lucro líquido da Sabesp no primeiro semestre de 2025 alcançou R$ 3,6 bilhões, 78% a mais que no mesmo período de 2024. No segundo trimestre, o lucro por ação subiu de R$ 1,77 para R$ 3,12 — alta de 76%. A empresa afirma que 75% dos recursos são destinados a reinvestimentos em infraestrutura e 25% aos acionistas.

Apesar do crescimento financeiro, o cenário de atendimento ao consumidor apresenta desafios. No site Reclame Aqui, a nota da companhia caiu de 6,3 em 2023 para 4,4 neste ano, saindo da categoria “regular” para “não recomendada”. O número de queixas também saltou de 12.929 em 2023 para 19.214 em 2024, com apenas o primeiro semestre de 2025 contabilizando 12.962 reclamações — mais do que o total do ano anterior.

A privatização também trouxe cortes no quadro de funcionários, que caiu de 10.214 para 9.190 após um programa de demissão voluntária. A empresa afirma ter recontratado 500 profissionais, além de 150 estagiários, e está lançando programas de jovens aprendizes e trainees. Funcionários ouvidos pela reportagem alertam que a redução de pessoal pode afetar a supervisão de terceirizadas e, futuramente, a qualidade do serviço.

Recentemente, a Sabesp recebeu multa de R$ 23 milhões após um vazamento de esgoto na estação elevatória de Pinheiros, na capital paulista, que atingiu o Rio Pinheiros e gerou mau cheiro e manchas na água. “A gente está falando de uma estação elevatória que bombeia em torno de nove metros cúbicos por segundo. São seis bombas que a gente vai ter aqui. Cada uma tem 13 metros de altura, toneladas de peso”, explicou Samanta Souza, detalhando que novas bombas estão sendo importadas da China para solucionar o problema.

A privatização deixou o Estado de São Paulo com 18% das ações da Sabesp, enquanto a Equatorial, empresa do setor de energia, tornou-se investidora de referência. O desempenho da companhia é considerado trunfo político pelo governador Tarcísio de Freitas, mas enfrenta críticas da oposição devido a queixas sobre serviços, cortes de pessoal e questões ambientais.

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