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      Sabesp bate recorde histórico após privatização

      Lucro líquido dispara 76,6% no segundo trimestre e valor de mercado atinge R$ 84 bilhões com ganhos de eficiência

      Cerimônia de venda da Sabesp na B3 (Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A Sabesp registrou um desempenho financeiro excepcional no segundo trimestre de 2025, levando suas ações a atingirem a máxima histórica e dominarem as altas do Ibovespa nesta terça-feira, 12. Segundo informações do NeoFeed, a reação positiva do mercado veio após a divulgação do balanço na noite anterior, que mostrou um lucro líquido de R$ 2,14 bilhões — alta de 76,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

      O resultado foi impulsionado por dois fatores principais: a forte expansão da receita, que subiu 32,8% para R$ 8,96 bilhões, superando as projeções do mercado, e a redução de 19% nos custos operacionais, que caíram para R$ 2,03 bilhões. O desempenho reforça a tese de analistas de que a privatização da companhia, realizada há pouco mais de um ano, tem proporcionado ganhos consistentes de eficiência operacional.

      Desde julho de 2024, quando foi privatizada, a Sabesp acumula valorização de cerca de 63% na bolsa, elevando seu valor de mercado para R$ 84 bilhões. Analistas do BTG Pactual destacaram em relatório que “os custos com pessoal, serviços, materiais e energia ficaram todos melhores do que o esperado, mostrando que as iniciativas de redução de custos da companhia continuam a gerar surpresas positivas”.

      Como parte do plano pós-privatização, a Sabesp acelerou investimentos para ampliar o acesso à água potável e ao tratamento de esgoto. No trimestre, foram destinados R$ 3,08 bilhões à construção de infraestrutura, alta de 142% frente ao ano anterior. No semestre, o investimento acumulado foi de R$ 5,67 bilhões, 117% maior que no mesmo período de 2024.

      Mesmo com custos maiores de construção, o aumento de receita e a eficiência operacional garantiram avanço de 29,4% no Ebitda, que alcançou R$ 3,89 bilhões, cerca de 10% acima do consenso de mercado. O volume faturado cresceu 4%, sustentado por aumento de consumo e novas ligações — 161 mil nos últimos 12 meses.

      Relatório do Citi ressaltou que o melhor mix tarifário sustentou a receita operacional, possivelmente devido à revogação de descontos concedidos anteriormente a grandes consumidores. O BTG também destacou a redução do gap entre a arrecadação efetiva da Sabesp e o teto permitido pela regulação, historicamente afetado por tarifas subsidiadas.

      Nem todos os indicadores, contudo, foram positivos. A inadimplência estimada aumentou 172% no trimestre, chegando a R$ 195 milhões, bem acima da projeção de R$ 113 milhões do BTG. No acumulado semestral, a perda estimada atingiu R$ 342 milhões, alta de 80% frente a 2024.

      Ainda assim, a companhia segue como uma das preferidas do mercado. Entre 12 recomendações de bancos e corretoras consultadas pela plataforma RocketTrader, nove indicam compra, incluindo o Citi e o BTG, com preços-alvo de R$ 134 e R$ 138, respectivamente. No acumulado de 2025, as ações da Sabesp já se valorizaram 38%.

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