PCC: reunião da Sintonia dos 14 encomendou o assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
Integrante da facção, Marcola deu a ordem para a execução do investigador
247 - A morte do então delegado-geral da Polícia Civil paulista, Ruy Ferraz Fontes, foi debatida em uma reunião, organizada na zona leste da capital paulista, em 10 de março de 2019, ano em que Marcola, líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), encomendou o assassinato. Uma das principais facções criminosas do Brasil, o PCC tem mais de dois mil integrantes espalhados em quase 30 países, e atua em mais de 20 estados brasileiros. O investigador morreu a tiros na última segunda-feira (15), no município de Praia Grande (SP). Uma pessoa foi presa.
De acordo com informações publicadas no Metrópoles, Nailton Vasconcelos Martins, o Irmão Molejo, teve atuação destacada na coordenação dos ataques, em 2019. Ele compunha o Bonde dos 14, uma célula criminosa da facção que atua como uma espécie de conselho deliberativo, na zona leste de São Paulo.
O encontro, em março de 2019, realizou-se em um imóvel estrategicamente localizado no bairro Cidade Tiradentes, zona leste. O objetivo era claro: “Passar as ordens do alto comando da facção para organizar ataques a autoridades do Estado de São Paulo”.
Nailton reuniu várias lideranças da facção, conhecidas como “sintonias”, para arquitetar planos de retaliações e emboscadas contra os agentes públicos. A ordem para os atentados partiu de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, preso após uma ação de Ruy Ferraz Fontes, que também contribuiu para que o líder máximo da facção fosse transferido para um regime de cumprimento de pena mais duro no sistema prisional.
Para executar a missão, a Sintonia Geral nomeou um grupo específico de “irmãos”. Os criminosos escalados para matar Ruy Ferraz eram: Fernando Henrique dos Santos, o Koringa; Jhonatan Alexandre Rodrigues, o Barata; Cleberson Paulo dos Santos, o Mimo; Alan Donizeti dos Santos, o Terere, e Marcos Ferreira de Souza, o Corintiano.
Na época não houve registro de que Ruy Ferraz tenha sido alvo de tentativa de assassinato. A polícia não descarta a hipótese de que a execução do ex-delegado, seis anos depois, tenha relação com esse planejamento da Sintonia dos 14.