Paulo Teixeira critica visita de Tarcísio a Bolsonaro
Ministro vê gesto como incentivo ao golpismo, enquanto governador defende anistia e diz ter prestado solidariedade
247 - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), criticou duramente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por ter viajado a Brasília nesta segunda-feira (29) para visitar Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar e foi condenado a mais de 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
A declaração foi feita em publicação nas redes sociais. Teixeira ressaltou que a visita ocorreu justamente no mesmo dia em que o ministro Edson Fachin tomou posse como presidente do STF, o que, para ele, expõe uma escolha política do governador paulista.
“Tarcísio decidiu deixar São Paulo e ir visitar Bolsonaro em Brasília justamente no dia da posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin. Escancara assim sua opção por dar novas oportunidades aos golpistas ao invés de pacificar o país pela aplicação da lei contra aqueles que tentaram acabar com a nossa democracia. Um caminho errado para o Brasil e para São Paulo”, escreveu o ministro.
A visita a Bolsonaro
Após três horas de encontro com Bolsonaro em Brasília, Tarcísio afirmou à imprensa que o objetivo foi “prestar solidariedade”, sem buscar interesses políticos. Essa foi a primeira visita do governador a Bolsonaro desde a condenação em 11 de setembro.
“É muito triste ver o presidente na situação que ele está. Assim, a gente conversando, e ele soluçando o tempo todo. Isso ainda é a consequência das várias cirurgias que ele fez, consequência do atentado covarde que ele sofreu, que quase ceifou a vida dele”, declarou o governador, ao justificar sua ida ao local.
Defesa da anistia
Durante a entrevista, Tarcísio voltou a defender a anistia para pessoas presas em decorrência da tentativa de golpe. Segundo ele, o perdão abriria um “caminho de pacificação do país”.
“Muitas pessoas que estão presas não sabiam o que estavam fazendo. Cumpriram, entenderam que toda depredação é deplorável, é condenável. A gente não pode, e não é falar de privilegiar, de uma reincidência, uma impunidade, é reconquistar um caminho para paz. Na minha opinião, o caminho para a pacificação é a anistia”, afirmou.
Olho em 2026
Questionado sobre as eleições de 2026, o governador disse ser pré-candidato à reeleição e destacou a união da centro-direita.
“Obviamente falamos sobre política e, da minha parte, o recado que eu quero dar para todo mundo, para que não haja dúvidas, é que independente de como as coisas vão transcorrer daqui para frente, eu, Tarcísio, nós, os partidos de centro-direita vamos estar junto de qualquer forma em 2026 para a gente recolocar o Brasil nos trilhos a partir de 2027”.