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      Oposição acusa Zema de usar estado como "trampolim presidencial" e critica cortes em áreas sociais

      Bloco Democracia e Luta, formado por PT, PCdoB, PSOL, REDE e PV, publicou carta aberta contra governador de Minas e sua pré-candidatura ao Planalto

      Romeu Zema (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
      Guilherme Paladino avatar
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      247 - O bloco de oposição ao governo de Romeu Zema (Novo) em Minas Gerais, “Bloco Democracia e Luta”, divulgou nesta quinta-feira (14) uma Carta ao País com críticas ao governador, acusando-o de transformar o estado em plataforma para uma candidatura presidencial em 2026 e de abandonar as prioridades sociais e econômicas de Minas.

      O grupo reúne 20 deputados estaduais de cinco partidos (PT, PCdoB, PSOL, REDE e PV), sob a liderança de Ulysses Gomes (PT). O documento afirma que, após quase sete anos de governo, Zema construiu sua imagem política à base de publicidade milionária, mas deixou marcas de “desastre camuflado” na gestão pública.

      Na carta, a oposição denuncia que o governo mineiro gastou R$ 147 milhões em publicidade enquanto promoveu cortes em áreas estratégicas. Entre os exemplos citados estão a redução de verbas para combustíveis de viaturas policiais, tentativas de privatização das escolas estaduais e abandono da infraestrutura escolar.

      O texto também acusa Zema de negligenciar hospitais, cortar R$ 1 bilhão de programas de combate à miséria e investir R$ 40 milhões em obras viárias próximas a um rancho de sua propriedade, enquanto a malha rodoviária do estado enfrenta problemas graves.

      “Construíram um personagem aparentemente eficiente, mas que é só um político cujo governo desonera empresários bilionários e condena o povo pobre a sofrer com políticas ineficazes”, afirma o documento.

      Outro ponto da carta são as críticas ao alinhamento de Zema a líderes estrangeiros e sua postura diante do comércio exterior. Segundo o bloco, o governador atacou o BRICS — bloco que compra 42% das exportações mineiras — ao mesmo tempo em que recorreu ao banco do grupo para pedir empréstimo de mais de R$ 1 bilhão.

      Também é citado um suposto impacto de R$ 21,5 bilhões na economia mineira e 187 mil empregos em risco, conforme estimativa da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em razão de posicionamentos adotados pelo governador.

      Contradições fiscais

      A carta ainda critica a falta de transparência em R$ 25 bilhões em renúncias fiscais concedidas por Zema e aponta aumento da dívida estadual em 51% durante sua gestão.

      Segundo o texto, enquanto concedeu 3% de reajuste aos servidores públicos, Zema elevou seu próprio salário em 300%. O documento também acusa o governador de transformar empresas públicas em “cabides de emprego” e de manter um estilo autoritário no trato com a Assembleia Legislativa.

      “O que não é bom para Minas, não será bom para o país”

      O manifesto conclui afirmando que Zema usa o estado como “trampolim de ambições pessoais” e que seu modelo de gestão não serve como exemplo para o Brasil:

       “Minas Gerais não pode ser tratada como trampolim de ambições pessoais — nosso estado é a síntese do Brasil, guardião de sua história, de sua cultura e da dignidade de um povo que merece respeito e futuro. O que não é bom para Minas, nunca será bom para o País.”

      O Bloco Democracia e Luta foi formalizado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para unificar a oposição e fiscalizar o Executivo estadual. Entre seus eixos principais estão o enfrentamento às pautas neoliberais de Zema e a defesa de políticas progressistas voltadas ao povo mineiro.

      Além de Ulysses Gomes (PT), líder do bloco, integram a direção os vice-líderes Dr. Jean Freire, Celinho Sintrocel, Lucas Lasmar e Marquinho Lemos, além de Cristiano Silveira como líder da minoria.

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