MP pede bloqueio de até R$ 3 milhões em bens de empresário que confessou ter matado gari em BH
Justiça de Minas Gerais pode incluir esposa delegada no processo por entender que ela é responsável solidária no caso
247 - O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) solicitou à Justiça o bloqueio de até R$ 3 milhões em bens do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, em Belo Horizonte. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o pedido também inclui a esposa do empresário, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, sob a justificativa de que ela seria responsável solidária, já que a arma usada no crime pertencia a ela.
No parecer enviado ao Judiciário, o Ministério Público destacou que a medida busca garantir uma eventual indenização aos familiares da vítima, considerando o risco de o casal tentar ocultar patrimônio diante da repercussão do caso. Para o MP, o estilo de vida ostentado pelo empresário e pela esposa nas redes sociais, somado às carreiras consolidadas de ambos, evidenciam a capacidade financeira de arcar com a indenização.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, Renê Nogueira Júnior confessou nesta segunda-feira (18) que efetuou o disparo após uma discussão de trânsito. Ele afirmou ter utilizado a pistola calibre .380 de propriedade da esposa, mas negou que ela tivesse conhecimento de que ele havia pego a arma.
No primeiro momento após o crime, o empresário negou envolvimento, mas acabou preso preventivamente na semana passada. Testemunhas relataram que ele ameaçou a motorista de um caminhão de lixo e, ao ser confrontado por Laudemir e outros garis, sacou a arma e disparou contra a vítima, que foi atingida no tórax e não resistiu.
Laudemir foi socorrido e levado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas morreu em decorrência dos ferimentos. Após o disparo, o empresário fugiu, mas foi localizado em uma academia de alto padrão, no bairro Estoril, área nobre da capital mineira. Perícias confirmaram que a arma usada era de fato a pistola registrada em nome da delegada Ana Paula Balbino.
O empresário foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma de fogo e ameaça.Nesta segunda-feira, os advogados Leonardo Guimarães Salles, Leandro Guimarães Salles e Henrique Vieira Pereira renunciaram ao caso. Em nota, Leonardo Salles declarou que, após uma conversa reservada com o cliente, decidiu se afastar da representação “por motivo de foro íntimo”.