Lula rejeita privatização da Copasa, afirma Boulos
Ministro critica Romeu Zema diz que decisão de privatizar atende a interesses financeiros
247 - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, afirmou nesta quarta-feira (5) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contrário à privatização da Copasa, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais. As declarações foram dadas em entrevista à rádio Itatiaia.
Segundo o ministro, não há nenhuma exigência do governo federal para que a venda da Copasa seja condição do Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag). “Zema tem que assumir as responsabilidades por suas decisões. Ele decidiu privatizar a Copasa. Quero dizer que o governo federal não defende a privatização de saneamento. Somos contra, até porque, veja o que aconteceu: privatizaram a maior companhia de saneamento de água e esgoto da América Latina, que é a Sabesp, e sabe o que aconteceu? Piorou a qualidade do serviço e aumentaram as contas”, declarou Boulos.
O ministro destacou que a experiência de privatizações em outras companhias demonstra impactos negativos para a população. Ele argumentou que a venda de empresas públicas de saneamento tende a elevar as tarifas e a reduzir investimentos em infraestrutura. “Por isso, sou solidário aos trabalhadores do saneamento e ao povo de Minas Gerais, que está contra a privatização da Copasa. Se a privatização da Copasa fosse boa, como o governador Zema defende, por que ele teme fazer um referendo com a população e ouvir se o povo é a favor ou contra?”, questionou.
Boulos também associou a decisão do governador Romeu Zema (Novo) a interesses do mercado financeiro. “A decisão de Zema de privatizar a Copasa atende muito mais a interesses da Faria Lima, de bancos que querem lucrar em cima do saneamento, do que garantir um serviço de qualidade para o povo de Minas Gerais”, afirmou.
