Lewandowski oferece ajuda a Tarcísio em investigação sobre assassinato de ex-delegado que atuou contra PCC
Ministro da Justiça oferece reforço para perícia e banco de dados para apurar homicídio de Ruy Fontes, executado em Praia Grande, no litoral de SP
247 - O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou como “preocupante” o assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, ocorrido na noite de segunda-feira (15) em Praia Grande, litoral paulista. Lewandowski afirmou ter telefonado ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para oferecer solidariedade pessoal e colocar órgãos do governo federal à disposição da Polícia Civil para auxiliar nas investigações. “Foi um assassinato brutal e nos mostra o nível de violência que se passa aqui no Brasil e em outros países”, declarou o ministro, de acordo com O Globo.
Apoio federal nas investigações
Segundo Lewandowski, a União fornecerá suporte técnico, principalmente em áreas de perícia, como banco de dados de DNA e balística. “As investigações estão em aberto, não temos nada de concreto ainda. Com certeza elas serão bem conduzidas pela Polícia Civil de São Paulo. Nós atuaremos como coadjuvantes”, completou.
Declarações de medo antes do assassinato
Em 25 de agosto, em entrevista ao O Globo e à rádio CBN, Fontes revelou temer por sua segurança e relatou viver sozinho na Praia Grande, sem qualquer proteção do Estado. “Eu tenho proteção de quem? Eu moro sozinho, eu vivo sozinho na Praia Grande, que é no meio deles. Pra mim é muito difícil. Se eu fosse um policial da ativa, eu tava pouco me importando, teria estrutura para me defender, hoje não tenho estrutura nenhuma”, afirmou na ocasião.
Ameaças do PCC
O ex-delegado já havia sido citado em planos do Primeiro Comando da Capital (PCC), junto ao senador e ex-juiz suspeito Sérgio Moro (União Brasil-PR)e ao promotor Lincoln Gakiya. A conspiração foi identificada pela Polícia Federal, que em março de 2023 deflagrou uma operação para desmobilizar os ataques. Apesar do risco, o nome de Fontes não foi divulgado publicamente.
Histórico contra o crime organizado
Fontes foi peça-chave no enfrentamento ao PCC desde os anos 1990. Foi ele quem revelou a estrutura e a hierarquia da facção ainda em seus primeiros anos de atuação nos presídios paulistas.
Sua equipe também conduziu inquéritos que levaram às principais condenações de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do grupo criminoso. Ainda no início dos anos 2000, indiciou os principais dirigentes da facção por formação de quadrilha, tornando-se inimigo declarado da facção.